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Cultura e Turismo

O futuro do turismo na era ESG

Conheça os segredos e a importância da sustentabilidade, aplicada no turismo, contribuindo com um mundo socialmente mais justo!

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Vista aérea da Serra do Gandarela/ MG (Foto: Ubiraney Silva)

Acordei hoje pensativo sobre como a atividade turística pode dar vazão a um comportamento voltado à sustentabilidade, utilizando a simplicidade nas práticas e promovendo uma maior competitividade no mercado, gerando mais oportunidades e contribuindo com um mundo socialmente mais justo!

Depois de ter tido a oportunidade de viver a virada do século XX para o século XXI, ter visto o nascedouro da internet e convivido com o avanço incrível da agilidade da informação, me encontro em uma fase da vida que me permito refletir sobre coisas diversas e agora com esse canal de comunicação, consigo também, expressar de maneira mais ampla meus pensamentos e minhas impressões sobre determinadas questões da atualidade.

Boa parte da minha vida profissional me dediquei ao apuro técnico das melhores práticas para se pensar na atividade turística de maneira eficiente, eficaz e acessível a todos os segmentos sociais e aplicável em qualquer território que escolha trabalhar seriamente com este setor comercial.

Tivemos um resultado significativo em muitas iniciativas e quando avaliávamos o porquê do sucesso, percebíamos que boa parte das estratégias que utilizávamos eram calcadas na simplicidade e fazíamos apenas o que era pedido e o que devia ser feito, sem inventar muitos nomes, formas e símbolos, que inevitavelmente complicariam a compreensão dos entes da cadeia produtiva e principalmente do turista, que era o nosso principal foco, afinal, queríamos mesmo era garantir o aumento de fluxo nas praças trabalhadas e o desenvolvimento humano das comunidades impactadas.

Complexidade sem necessidade

A atividade turística, trabalhada como atividade econômica, tem sido ao longo dos anos, considerada uma boa opção para o aquecimento econômico de muitos municípios e regiões, já que a variedade de atividades geradas promove efetivamente a diversificação da economia em muitos sentidos.

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No entanto, o que me pega e me deixa bastante pensativo, é a necessidade que o mundo contemporâneo tem, de inventar nomenclaturas, siglas, modalidades, formatos e “mimimis”, criando um monte de vertentes, muitas vezes desnecessárias, que acabam criando uma confusão na cabeça de empreendedores, prestadores de serviços e principalmente dos usuários, os consumidores finais dos produtos turísticos.

Era tão simples, quando bastava observar se a atividade turística era oferecida “Ordenada ou desordenadamente” e caso fossem observadas as inconveniências, estas eram trabalhadas e resolvidas de maneiras eficientes, silenciosas e sem deixar ninguém com sentimento de medo ou culpa por eventualmente estar fora da moda, com as nomenclaturas da moda, afinal ninguém, em sã consciência, erra de propósito!

Era tudo uma questão de orientação e adaptação às normas e regras para as melhores práticas em todos os âmbitos.

Mas mudanças podem ser necessárias para dar visibilidade

Claro, que a evolução dos tempos acaba interferindo no comportamento humano. Naturalmente, que por uma série de fatores, o mundo modernizado se aprimorou e questões muito importantes, mas que já existiam, ganharam novos “apelidos”, que deram mais foco, mais critério e mais ênfase para sua oferta ao mercado mais amplo.

Catana da Serra – Rota Jaguara/ MG (Foto: Ubiraney Silva)

Um exemplo disso, é o “turismo sustentável”, uma terminologia, que nasce com o objetivo de atender em um tempo só, as expectativas dos turistas, mas principalmente as necessidades das comunidades onde o fluxo acontecerá, afinal, se tem um fator importante no processo e no sucesso da economia aquecida, é a possibilidade de garantirmos a maior perenidade daqueles determinados produtos.

Esses cuidados é que os tornam sustentáveis, já que podemos usá-los hoje, cientes e sensíveis para que futuramente, outros também possam usar aquilo tudo.

Comportamento do turista mudou

Hoje em dia, na verdade, não pagamos turisticamente pelos produtos que escolhemos pura e simplesmente. Condicionados, positivamente, a práticas sustentáveis, hoje devemos ter foco e valor, para além do impacto econômico que o turismo promoverá nas diversas práticas, mas termos foco também ao impacto social e especialmente ambiental que determinadas atividades turísticas podem causar nos destinos escolhidos para exploração.

Ou seja, em termos de conceito e comportamento, o “sustentável” aparece como agente de evolução, educação e mais humanidade até, afinal o turismo sustentável é um formato onde todos contribuem de alguma maneira, com a minimização de impactos negativos para o planeta. Quem sai ganhando é a humanidade como um todo, se possível, mirando na qualidade de vida.

O que me deixa sensibilizado é que, muitas vezes, o turista ou simplesmente o consumidor, se vê acuado e acaba não se dando o direito de explorar determinados destinos, por medo de não saber utilizar, como o mercado determina, toda a oferta que os roteiros e equipamentos oferecem.

A era ESG

A atenção para as práticas mais sustentáveis também no turismo, surgem na penúltima década do Século 20. Naquele momento, a atenção à preservação do meio ambiente ganha mais força e os estragos que o uso desordenado de alguns destinos urbanos, naturais e de lazer promoviam, foram importantes para que o mundo voltasse os olhos também para os impactos que o turismo promovia nas comunidades onde o fluxo acontecia.

Não demorou muito e a Organização Mundial do Turismo tratou de dar mais visibilidade as ações sustentáveis, com mais valor e mais pragmatismo para o desenvolvimento econômico e social. No fundo, no fundo, já era hora de pensarmos em um comportamento global mais competente e cuidadoso com nossas riquezas, de fato, aí iniciamos a era ESG.

Se conseguirmos domar todo o rol de recursos em torno das práticas turísticas, certamente contribuiremos com a economia, com a promoção social e com a preservação ambiental, por consequência, com todo esse processo.

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De fato, já passou da hora, não é possível mais, não levarmos em conta o ordenamento dos negócios em torno da oferta turística. O turismo praticado desordenadamente, promove a finitude dos recursos naturais, interfere na identidade cultural dos ambientes e impossibilita a igualdade social, é preciso reagir sempre!

Neste viés, pensar o turismo de maneira sustentável é uma atitude eficaz de reagirmos a estas práticas desordenadas e de garantirmos uma maior eficiência econômica, um equilíbrio social e parcimônia com o uso dos recursos ambientais.

Estas práticas sustentáveis no ambiente turístico, focam no fortalecimento da atividade turística, orienta para uma evolução a longo prazo, calcada na garantia da permanência das raízes e identidades culturais das comunidades e zela pelos cuidados de preservação ambiental.

Parece obvio não é mesmo? Mas não é viu! Ainda tem muita gente esquisita, travestida de turista, que não tem sensibilidade para tudo isso.

Educação interfere diretamente no futuro do turismo

Na verdade, a oferta de uma boa base educacional em todo o território nacional, poderá contribuir muito com um futuro mais inteligente e mais digno para a humanidade. Ainda existem muitas pessoas literalmente alienadas, socialmente falando.

Interação socioambiental (Foto: Ubiraney Silva)

No fundo, não tem coisa melhor, que você se aventurar a uma circulação sustentável, entre amigos, descobrindo lugares, pessoas, culturas, atrativos e riquezas naturais, respeitando as tradições locais entendendo a importância e o valor das pessoas que residem e vivem por ali.

Recentemente participei em minha cidade natal, do Festival do Pastel de Angu, onde um ícone da gastronomia local, o Pastel de Angu, tinha o seu modo de fazer, preservado por força de um registro como bem imaterial e em torno desta riqueza, todo um movimento cultural e turístico foi desenvolvido, agregando valor cultural, promovendo a economia dos produtos e serviços turísticos da cidade além de garantir aos olhos dos milhares de turistas que vieram prestigiar o evento, o protagonismo da comunidades local e sua trajetória histórica.

São estas iniciativas, que dão vez à compreensão e sensibilização do turista, para a importância da preservação dos valores culturais, da preservação das riquezas ambientais, dos lugares, dos saberes e dos sabores de cada parte desse mundo.

Sinceramente eu espero, que com esta reflexão de hoje, eu tenha conseguido provocar o seu pensamento e até uma autoanálise sobre como você tem se comportado enquanto turista.

Será, que apesar de ter conhecimento sobre o comportamento ESG, você tem praticado todos os preceitos desse arcabouço de práticas direcionadas à preservação do meio ambiente, ao cuidado cada vez maior com a sociedade e sendo transparente em todas as suas ações?

Deus permita que sim afinal, fazer parte de um mundo sustentável, exige de nós a aceitação e a tomada de atitudes que contribuam para minimizarmos os impactos ambientais e para o alcance de um mundo mais justo, mais sincero e mais equilibrado.

 Até a próxima.

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