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O paraíso da paleontologia no Hemisfério Sul fica na Patagônia Argentina
A Terra dos Dinossauros na Patagônia Argentina proporciona exploração de fósseis, vulcões e paisagens deslumbrantes
Há milhões de anos, mais precisamente entre os períodos Jurássico (205 a 142 milhões de anos atrás) e Cretáceo (135 a 65 milhões de anos atrás), toda a Patagônia era uma imensa floresta úmida, com Araucárias ainda maiores do que as atuais (que se projetavam a até 40 metros de altura) e inúmeras samambaias gigantes, além de um enorme lago que se conectava com o mar.
A Patagônia é paisagem que mudou drasticamente devido a um movimento da crosta terrestre que formou o que hoje conhecemos como a Cordilheira dos Andes, conferindo um cenário completamente novo para a região, considerada por muitos atualmente como um paraíso da paleontologia no hemisfério sul.
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E é sobre esse local, um dos menos povoados da América do Sul, que no dia 09 de abril de 2025, foi publicado um estudo na revista Science Direct devido a descoberta de uma rara espécie de dinossauro.
De acordo com a publicação, a localização do animal, que foi batizado como Cienciargentina sanchezi, desafia os entendimentos anteriores sobre a evolução desses animais pré-históricos, por conta das características únicas em sua arcada dentária.
Com cerca de 94 milhões de anos, a espécie encontrada pode ser o primeiro membro conhecido da família Rebbachisauridae, um grupo de saurópodes (com corpos enormes, pescoços muito compridos e cabeças muito pequenas), que prosperou no supercontinente Gondwana, que incluía os territórios atuais da América do Sul, África, Índia, Austrália e Antártica.
Leonardo Salgado, da Universidad Nacional de Río Negro-Conicet, e coautor da pesquisa, explica no artigo que “Os saurópodes rebbachisaurídeos, os primeiros do tipo na América do Sul, foram reconhecidos com base em materiais dos arredores de Villa El Chocón (Província de Neuquén, na Argentina), das formações Candeleros e Huincul. Esta descoberta é um marco”, afirmou. Ele completa: “O Cienciargentina sanchezi representa um dos últimos diplodocoides (dinossauros saurópodes com rabo de chicote) antes da extinção desse grupo, substituído pelos macronários (dinossauros saurópodes que se destacam pelo amplo diâmetro das aberturas nasais), como os titanossauros“.
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A pesquisa sugere que a Formação Huincul registra uma transição crítica na era dos dinossauros. Entre o Cenomaniano e o Turoniano (há cerca de 94 milhões de anos), os rebbachissaurídeos — antes diversificados — desapareceram, dando lugar a comunidades dominadas por titanossauros. “Esse local é um registro único de uma mudança drástica na fauna, não só na América do Sul, mas globalmente”, explicou María Edith Simón, coautora do estudo publicado.
Os pesquisadores destacam que os fósseis de rebbachissaurídeos são geralmente fragmentários, mas os restos do Cienciargentina sanchezi oferecem rastros sobre sua morfologia e hábitos. “Sua dentição complexa indica adaptações alimentares específicas, possivelmente ligadas à disponibilidade de recursos vegetais na época”, completou Leonardo Salgado na revista.
Na região da cidade de Neuquén, capital da província homônima, é possível fazer uma rota Neuquina dos dinossauros, em um local com enorme quantidade de jazidas, museus e exibições que a tornam o circuito paleontológico mais importante da América do Sul. No total, são 17 regiões naturais da Argentina que conferem experiências e aventuras singulares para se descobrir.
Foi em Vila El Chocón, por exemplo, que foram encontrados os restos do Gigantosaurus carolini, o maior carnívoro do mundo, com seus ossos atualmente exibidos no Museu Municipal Ernesto Bachmann, localizado na própria vila. Em Plaza Huincul, o Museu Municipal Carmen Funes guarda os restos do Argentinosaurus huinculensis, considerado o maior dinossauro do mundo.
Outro lugar no entorno que merece destaque por seus impressionantes achados é o Dique Los Barreales, que tem o Parque Geo-Paleontológico Proyecto Dino, às margens do dique, em uma zona chamada Loma de La Lata. Um lugar onde foram extraídas mais de 100 peças fósseis do Cretáceo, que conta com visitas guiadas ao laboratório, à sala de exposição e ao sítio de escavação.
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Já no nordeste da província, é possível encontrar a Área Natural Protegida Auca Mahuida, uma zona de cones vulcânicos entre os quais se destaca Auca Mahuida, uma reserva natural que guarda cavernas com pinturas rupestres, restos fósseis e vestígios de ninhos e ovos de dinossauros. Lá é possível fazer trekking, montanhismo e observação de flora e fauna. Também é possível visitar o Museu Municipal de Paleontologia Argentino Urquiza e o Parque de Dinossauros Rincón Saurus, no Rincón de los Sauces.
Em Zapala, localizada no coração da Patagônia argentina, é possível saber mais sobre as eras Mesozoica e Cenozoica no Museu Provincial de Ciências Naturais Professor Dr. Juan A. Olsacher. Lá há uma grande variedade de restos de paleoinvertebrados marinhos, paleovertebrados continentais (crocodilos e mamíferos) e vegetais fósseis.
Outros locais que merecem destaque para quem deseja fazer turismo paleontológico, além da natureza na Patagônia Argentina, são o Museu Geológico e Paleontológico da U.N.C. (Neuquén), a Sala DioRamas (Cutral Có, a 118 km de Neuquén), o Museu de Ciências Naturais (Senillosa, 42 km) e o Museu Paleontológico (Las Lajas, 247 km).
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Lembrando que todas as localidades mencionadas contam com oferta de alojamento e gastronomia, principalmente Neuquén, Villa El Chocón, Zapala e Rincón de los Sauces.
Para mais informações acesse o site do Turismo Neuquén e La Ruta Natural.
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