Atacama - expedição a um novo planeta
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Literatura

Atacama – expedição a um novo planeta

Entrevista com a escritora e viajante Rúbia Scheffer sobre seu livro ilustrado que retrata uma viagem de carro de Florianópolis a São Pedro de Atacama.

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Foto: Rúbia Scheffer

A América do Sul está repleta de lugares incríveis para se visitar, como o mítico Macchu Picchu, a incrível Bariloche e o enigmático Deserto de Atacama, no Chile. O Deserto de Atacama tem cerca de mil quilômetros de extensão e está localizado na região norte do Chile até a fronteira com o Peru. É considerado o deserto mais alto do mundo, com altitudes que chegam a 4500 metros. As temperaturas no deserto podem ser extremas: chegam a 40 °C durante o dia e caem para 0 °C à noite. Por conta desse clima rigoroso, são raras as cidades e vilarejos na região. Um dos poucos e mais conhecidos é San Pedro de Atacama, que abriga pouco mais de 5 mil habitantes e está situada a 2400 metros de altitude. Pois este foi o ponto de chegada de Rúbia Scheffer no livro Atacama – expedição a um novo planeta (Editora Dois por Quatro, 2019).

O livro traz um diário ilustrado sobre sua viagem de carro de Florianópolis a São Pedro de Atacama. Foram quase dez mil quilômetros rodados em 22 dias. Segundo a própria autora, não é um guia com informações completas, detalhadas e precisas sobre lugares a serem visitados, mas “se o leitor quiser usá-lo como base para uma viagem, não deixa de ser um roteiro atraente”. Está dividido em quatro partes: a apresentação do casal de viajantes, a viagem de ida, os dias no Atacama propriamente ditos e a viagem de volta. Além dos textos sobre a viagem, há boxes com lembranças de outros episódios das viagens de Rúbia Scheffer, muitas fotografias coloridas e um mapa. A propósito, vale mencionar o autor do projeto gráfico, Valmor Fritsche.

Foto: Rúbia Scheffer

Fizemos uma entrevista com a autora sobre o livro e seu processo de escrita, confira abaixo.

Quando surgiu a ideia do livro? Antes, durante ou depois da viagem?

Há anos eu já fazia relatos das minhas viagens e compartilhava com os amigos. O desejo do livro foi crescendo e, nesta expedição ao Atacama, percebi que havia conteúdo suficiente para dar um a passo a mais.

Por que você diz que o Atacama é outro planeta?

Como cito no livro, este insight aconteceu na observação noturna dos astros. Passeio imperdível por lá. Me senti em outro planeta ao presenciar aquela geografia diferente do que já havia visto até então, aridez, vulcões, salinas, os gêisers. Tudo muito diverso do que estava acostumada a ver no Brasil, por exemplo.

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Eu gostei da ideia de fazer cada capítulo em forma de diário, dividindo por dia da viagem. A ideia veio para explorar também a jornada até o Atacama?

Sim, em forma de diário consigo dar valor a todo o percurso. Como a viagem foi feita de carro, entendo que quando mal saio de casa, já estou viajando. Não tem essa de táxi, aeroporto, traslado pra depois começar a passear. Daí também surge a ideia de expedição. Fico muito feliz quando os leitores dizem: “viajei junto com vocês”, ou contam que se emocionaram conosco em determinadas passagens.

Foto: Rúbia Scheffer

Como foi seu processo de escrita? Você escreveu durante a viagem ou depois?

Durante a viagem costumo fazer várias anotações, às vezes só tópicos, em outras o relato de um evento ou dia inteiro. Os tópicos costumo anotar num arquivo de celular, já quando há mais vivências e sensações, ainda uso um caderninho. Nas viagens de carro meu marido é quem dirige a maior parte do tempo então, em trechos com menos atrativos, aproveito para atualizar os registros.  Mas o livro propriamente dito foi escrito depois, com consultas aos folders e pesquisas na internet para complementar as informações e passar dados mais precisos.

A diagramação é um dos pontos fortes do livro. Como foi o processo de definição da diagramação?

Este processo passou pela escolha da editora. Alguns profissionais desacreditaram o meu projeto. Quando o Valmor da Editora Dois por Quatro me mostrou alguns livros de viagem já publicados por ele e também deu atenção aos tantos que eu já tinha lido, os que gostei e os que não gostei, ele entendeu o que eu queria. Quando vi a primeira proposta já me encantei, dali em diante fomos construindo juntos e gostei muito do resultado.

As fotos são suas? Como foi a escolha das fotos?

Com exceção da capa e da primeira página, sim. Sempre gostei de álbum de fotografia, inclusive meus primeiros relatos nada mais eram do que um álbum comentado.  Quanto à escolha, é bem difícil desapegar, mas não tem jeito, é preciso restringir. Faço como arrumo a mala: seleciono tudo o que quero e depois foi excluindo até caber no espaço disponível. O editor ajudou a ver a qualidade das imagens. Também me preocupei em colocar as fotos o mais próximo possível da página onde o local ou fato era citado. 

Qual seu próximo projeto?

Nos próximos meses devo lançar um livro sobre a Patagônia. Paralelo a isso, sigo participando de oficinas e cursos.

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