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Belo Horizonte recebe o Festival Internacional de Acordeon

Venha prestigiar esta mostra, que destaca toda a diversidade do acordeon.

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Festival Internacional de Acordeon (Foto: Élcio Paraíso/ Bendita Conteúdo)

Hoje, sábado, 27 de julho, é a última chance para você prestigiar o Festival Internacional de Acordeon, que retorna à Belo Horizonte, com sua sexta edição, em uma mostra que destaca a diversidade do instrumento. O evento acontece no Teatro do Centro Cultural Unimed-BH Minas, que recebe esse tradicional projeto dedicado ao acordeon.

No universo da música, o acordeon é considerado um instrumento versátil por ser usado em muitos gêneros musicais. O som diferenciado do acordeon, pode ser ouvido desde as músicas folclóricas até o refinamento da música clássica.

O Tchneng e a evolução do acordeon

Como gosto de informação, li que o “Tchneng”, que abrasileirado vira “Cheng”, segundo consta, foi o instrumento pai de vários outros, inclusive o acordeon! Falar do “Tchneng”, nos remete a China, onde o instrumento foi criado, por volta de 3 mil anos antes de cristo.

O “Tchneng”, era constituído por uma palheta de bambu. Presa aos lábios ela vibrava com o auxílio dos dedos e aproveitava a ressonância acústica da boca!

Hoje em dia, o acordeon cromático é um tipo de instrumento que usa teclas para produzir notas e enfeita muitos gêneros musicais, como já comentamos, e o acordeon baixo é um instrumento usado para tocar as linhas mais graves da música, naturalmente, e é usado habitualmente em conjuntos de MPB e também em orquestras.

O acordeon no Brasil

Apesar de ser um instrumento bastante conhecido na atualidade, é sempre bom lembrar, que o acordeon chega ao Brasil trazido pelos colonizadores e imigrantes europeus oriundos principalmente da Itália e da Alemanha e por isso, o instrumento é hoje, considerado um dos símbolos do Rio Grande do Sul, haja visto que a colonização europeia predominou nos estados do sul do país.

Se formos usar a terminologia correta, o nome oficial do instrumento é “Acordeão”, mas como estamos em um país com dimensões continentais e povoado por uma gente extremamente criativa, o mesmo instrumento é chamado também por Acordeon, Sanfona e Gaita, isso dependerá muito de qual região o instrumento for usado. No entanto, vale fazer justiça à pesquisa e ressaltar que ao chegar no Brasil por mãos europeias, os primeiros instrumentos eram chamados de “Concertina”, um acordeão cromático de 120 botões.

O acordeon é um instrumento que se adaptou a várias culturas, inclusive à brasileira. Com uma peculiar complexidade que proporciona ao músico a execução de melodias suaves a harmonias vibrantes em diversos timbres, o instrumento vem conseguindo, há séculos, em diversos lugares do mundo, comandar a festa e encantar o público.

 Pois bem, agora que já conhecemos o instrumento, vamos ao encanto do Festival Internacional de Acordeon.

Festival Internacional de Acordeon

O evento é realizado pela Veredas Produções e pelo acordeonista Célio Balona, um dos ícones da música mineira, e tem o patrocínio do Instituto Unimed-BH, por meio de recursos da Lei Municipal de Incentivo à Cultura.

Segundo os produtores, “Depois de um hiato de seis anos, o Festival Internacional de Acordeon – FIA-BH.MG.Brasil está de volta. Nos dias 26 e 27 do mês de julho, este tradicional projeto dedicado ao instrumento chega para revisitar sua história e retomar seu lugar na agenda cultural de Belo Horizonte, colocando a cidade mais uma vez no mapa dos principais festivais mundiais do gênero.”  

Everton Coroné (Foto: Élcio Paraíso/ Bendita Conteúdo)

Em um formato de mostra, em 2024 o Festival Internacional de Acordeon reúne atrações que fizeram parte da sua história, sempre mirando em demonstrar a diversidade do acordeon. Serão, ao todo, quatro shows, sendo uma atração internacional, uma nacional e duas anfitriãs. No dia 26 de julho, subiram ao palco o mineiro Everton Coroné e o gaúcho Bebê Kramer, em duo com o violonista Pedro Franco. Hoje, dia 27, sábado, Célio Balona convida Luísa Mitre e Christiano Caldas, em uma formação interessante de teclas e acordeons.

Quem encerra a programação é o virtuoso argentino Aldo Taborda, em apresentação solo. 

Trajetória

Em maio de 2013, a Veredas Produções realizou o primeiro Festival Internacional de Acordeon BH.MG.Brasil (FIA) no Grande Teatro do SESC Palladium, em Belo Horizonte com enorme sucesso de público e crítica, com grande repercussão nacional e internacional. Um Festival realizado pela Veredas Produções e idealizado pelo instrumentista ícone do instrumento em Minas Gerais, Célio Balona, e pela saudosa produtora cultural, responsável por parte importante da popularização da música instrumental do Brasil e do mundo na capital mineira, Rose Pidner, com quem tive a sorte de atuar em algumas parcerias por meio da Associação dos Músicos de Minas Gerais.

Ao longo das cinco edições anteriores o Festival Internacional de Acordeon  apresentou a um público estimado em mais de 10 mil espectadores, importantes e referentes acordeonistas de várias nacionalidades, tais como, Itália, França, Argentina, EUA, Rússia e Portugal, em ricos encontros com a cultura do acordeon de várias regiões do Brasil, a exemplo de Renato Borghetti (RS), Toninho Ferragutti (SP), Lulinha Alencar (RN), Mestrinho (SE), Beto Hortis (CE), Oscar dos Reis (RS), Chico Chagas (AC), dentre muitos outros, tendo sempre contado com grandes talentos locais, liderados pela curadoria e direção artística de Célio Balona.

1ª noite do Festival

Ontem se apresentaram Everton Coroné e Bebê Kramer, que convidou Pedro Franco. Everton Coroné, é um acordeonista mineiro com quase 25 anos de carreira e é um destaque de sua geração nesse instrumento, apresentando um suingue bem brasileiro, baseado em ritmos tradicionais como o xote e o baião. Formado na escola do pé de serra, circula por incontáveis bailes, festivais, praças e casas de show no Brasil. Também já se apresentou no exterior com 13 turnês internacionais e mais de 150 apresentações fora do país.

Bebê Kramer e Pedro Franco (Foto: Aralume Fotografia)

Além da música, também já levou sua sanfona para as artes cênicas, trabalhando com várias produções de relevância nacional como “Galanga Chico Rei”, de Paulo Cesar Pinheiro, protagonizado por Maurício Tizumba, e “Jacksons do Pandeiro”, da Cia. Barca dos Corações Partidos (RJ), entre outros. Para o Festival Internacional de Acordeon BH.MG.Brasil (FIA), Coroné se apresenta em quinteto, acompanhado dos músicos Robson Junio (zabumba), Babu Xavier (triângulo), Daniel Guedes (percussão) e Samy Erick (guitarra).

Foi nas rodas de choro, um estilo que representa a matriz da música instrumental brasileira, que o acordeonista Bebê Kramer e o violonista Pedro Franco se conheceram. Ambos traziam na bagagem a origem no Rio Grande do Sul e uma sonoridade que transpirava potência, raça e verve, a ponto de serem considerados “dois gaúchos loucos tocando como demônios” pelas cordas de Franco e o acordeon de Kramer.

Repertório

O repertório contemplou temas compostos pela dupla em parceria, bem como músicas autorais de seus trabalhos solo, além de releituras de grandes compositores e mestres do Brasil e do mundo em arranjos surpreendentes.

Bebê Kramer, com mais de 20 anos de carreira, é considerado no Brasil e no exterior um dos mais completos acordeonistas de sua geração. Pedro Franco é compositor e multi-instrumentista que tem se destacado como um virtuose e um dos mais celebrados músicos de sua geração na cena musical brasileira. Com seu violão de sete cordas e o bandolim de 10, além de diversos outros instrumentos, o jovem artista tem atraído a atenção e o respeito de renomados músicos brasileiros.

Programação de hoje

Hoje, sábado 27 de julho, Célio Balona um dos idealizadores do Festival Internacional de Acordeon BH.MG.Brasil (FIA), convida Luísa Mitre e Christiano Caldas.

Célio Balona (Foto: Élcio Paraíso/ Bendita Conteúdo)

Célio Balona é um dos mais reconhecidos acordeonistas mineiros em todo o Brasil, com grandes passagens também pelo exterior e notório conhecimento da cena do instrumento no mundo todo, acumulado em anos de presença em diversos festivais internacionais que serviram de inspiração para o Festival Internacional em Minas Gerais.

Atualmente com 85 anos de vida, tem uma carreira sólida, que começou quando ainda tinha 15. Para a apresentação nesta edição do festival, ele propõe um repertório de clássicos da música nacional e internacional executados por uma formação incomum, com dois pianistas de carreira e acordeonistas de coração e técnica: Luísa Mitre e Christiano Caldas, que em trio irão se entrelaçar pelas teclas e os foles, intercalando os instrumentos com arranjos e direção de Balona.

Sobre os convidados

Luisa Mitre (Foto: Élcio Paraíso/ Bendita Conteúdo)

Luísa Mitre é uma das representantes das gerações mais jovens de instrumentistas mineiros. É também compositora, arranjadora, integrante do grupo Toca de Tatu e do Duo Mitre, além de vencedora de prêmios importantes como o BDMG Instrumental e Marco Antônio Araujo, este com seu disco solo, “Oferenda”.

Christiano Caldas (Foto: Élcio Paraíso/ Bendita Conteúdo)

Christiano Caldas começou sua carreira nas bandas de baile, como autodidata, e é também produtor musical e engenheiro de áudio. Acompanhou centenas de músicos, entre eles, gente do calibre de Milton Nascimento, Flávio Venturini, 14 Bis, Jane Dubock, Bebel Gilberto, Hamilton de Holanda, Sá & Guarabyra, Roberto Menescal (RJ), Chico Amaral, Yamandu Costa e Wagner Tiso. Em 2022, lançou seu primeiro disco, “Afinidades”, com arranjos seus para composições de mestres da música.

Aldo Taborda (Foto: Élcio Paraíso/ Bendita Conteúdo)

E quem encerra esta brilhante programação é Aldo Taborda, o Campeão argentino do Festival de Acordeon em San Jorge, Santa Fé, e classificado em 4º lugar na categoria Astor Piazzola no principal festival de acordeon do mundo, que acontece em Castelfidardo (Itália).

 Aldo Taborda possui longa e sólida carreira e é reconhecido pelo seu estilo único e apaixonado de tocar. Em 2008, foi apontado pelo Diário Uno de Entre Rios e em 2009 pela Academia Nacional do Tango da cidade do Rosario, como o melhor trabalho solo instrumental.  No Festival de Acodeon, ele se apresenta solo, trazendo um repertório composto por temas próprios, muito calcados no tango contemporâneo, e traz também as suas versões para obras de seu grande referencial, o mestre Astor Piazzolla, como “Libertango” e “Adiós Nonino”, além de arranjos para outros clássicos da música latino-americana.

Sobre o fomento cultural

Lançando mão dos benefícios e do incentivo fiscal por meio da Lei Municipal de Incentivo a Cultura de Belo Horizonte, o Festival Internacional de Acordeons é patrocinado pelo Instituto Unimed-BH.  

O Instituto Unimed BH, que completou 20 anos em 2023 é uma associação sem fins lucrativos, criada em 2003 e, desde então, desenvolve projetos socioculturais e socioambientais visando à formação da cidadania, estimulando o bem-estar e a qualidade de vida das pessoas, fomentando a economia criativa, valorizando espaços públicos e o meio ambiente.

Dando um belo exemplo de fomento cultural, ao longo de sua história, o Instituto destinou cerca de R$ 190 milhões por meio das leis de incentivo municipal e federal, fundos do idoso e da criança e do adolescente, com o apoio de mais de 5,6 mil médicos cooperados e colaboradores da Unimed-BH. Em 2023, mais de 20 mil postos de trabalho foram gerados e 2 milhões de pessoas foram alcançadas por meio de projetos em cinco linhas de atuação: Comunidade, Voluntariado, Meio Ambiente, Adoção de Espaços Públicos e Cultura, que estão alinhados aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Agenda 2030.

É sempre bom dar destaque a quem incentiva as práticas culturais, melhor ainda, quando o incentivo vem cercado de benefícios diversificados e amparados nos princípios da sustentabilidade.

Anime aí e vá prestigiar este grande evento. O Teatro do Centro Cultural Unimed-BH Minas, fica na Rua da Bahia, 2.244. Os ingressos podem ser adquiridos por R$30 (inteira) e R$15 (meia-entrada) na bilheteria do teatro ou via Sympla. Mais informações podem ser obtidas pelo 31 3516-1360.

No mais, te desejo uma boa noite de música e aproveito para agradecer a minha querida Mara do Nascimento, outra fera da música instrumental mineira, que me deu a dica para esse tema de hoje.

Até a próxima! 

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