'Este ano, quero paz no meu coração....'
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Cultura

2025, ‘este ano, quero paz no meu coração….’

Pensemos juntos, se considerarmos o cenário econômico, cultural e contemporâneo da sociedade brasileira, o tema “Marcas do que se foi”, permanece sendo uma alternativa adequada para mensagens de ano novo?

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Foto: Gerd Altmann/ Pixabay

De forma bem simples, a canção “Marcas do que se foi”, é uma obra musical que expressa desejos comuns de paz, amizade e esperança no contexto de um novo ano e ao longo do tempo, tem sido uma mensagem significativa e amplamente utilizada nas celebrações do réveillon em nosso país.

Fiquei pensando na noite da virada, que já se aproxima e refletindo se, à luz do cenário econômico, cultural e contemporâneo da sociedade brasileira, será que esta mensagem ainda é a mais apropriada para esta ocasião!

Por trás da obra

O tema musical, escrito por muitas mãos diz, “Este ano, quero paz no meu coração! Quem quiser ter um amigo Que me dê a mão. O tempo passa e com ele, caminhamos todos juntos sem parar! Nossos passos pelo chão, vão ficar! Marcas do que se foi, Sonhos que vamos ter! Como todo dia nasce, novo em cada amanhecer”!  

Na verdade, Ruy Maurity, José Jorge, Paulo Sérgio Valle, Tavito, Ribeiro e Márcio Moura, prestadores de serviços a uma produtora de jingles, compuseram esta música, que se transformou em um dos maiores clássicos dos finais de ano para os brasileiros.

A obra, foi escrita em 1976 e reza a lenda, que a música nasce, por meio de uma encomenda do governo federal, que queria exatamente deixar uma mensagem de fim de ano, transmitindo o desejo de paz e esperança para o Brasil.

Funcionou em 1976 e de lá para cá, a música tem sido o hino das festas de fim de ano de norte a sul do país.

É fato, que nossos passos ficarão pelo chão, que teremos os nossos sonhos e que, se Deus quiser, contemplaremos um novo amanhecer a cada dia vivido, mas é tão difícil ser brasileiro as vezes, que resolvi matutar esta mensagem, considerando alguns contextos!

Acho, que a verdade, é que já não estou me contentando só com as mensagens de paz, amizade e renovação! Estou muito cético com a humanidade e prezando por uma visão mais realista para minha vida e para orientar minhas decisões.

É possível ter otimismo diante do atual cenário?

Pouco antes do Natal de 2024, o Dólar bateu o inédito patamar de R$6,30! Imaginem isso! Aí, ouvindo economistas, analistas de mercado e até o governo, resolvi considerar o cenário econômico, cultural e contemporâneo da sociedade brasileira, para definir, qual seria a minha mensagem de mudança de ano para os meus “chegados”!

Todos nós compreendemos, que a mensagem de paz e união é sempre atual e necessária, especialmente em tempos de polarização política e social, mas no contexto comunidade, não dá mais para maquiar os desafios enfrentados pela sociedade brasileira, diante de tamanha violência, desigualdade, tribunais virtuais cheios de juízes impiedosos e uma verdadeira intolerância!

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Como esquecer tudo isso e acreditar na visão otimista e inclusiva da música? Como não perceber, que estamos sim, enfrentando uma crise econômica e a inflação em alta, afetando toda a população? Vale, pelo menos no dia da festa, acreditar na mensagem emocional e espiritual que nos aborda?

Quantas perguntas para um dia de festa não é mesmo? Mas de fato, a mensagem de “Marcas do que se foi”, muito bem embalada por uma melodia especial, pode ser vista como ingênua e simplista, apesar de muitos crerem na sua sinceridade.

Sim, como argumento para a festa, o texto continua sendo adequado como mensagem de Ano Novo, já que transmite esperança e otimismo, foca na importância da conexão humana, encoraja a reflexão sobre o passado e o futuro e oferece uma mensagem universal e inclusiva, mas minha inquietação hoje, é para trabalharmos para que a mensagem se torne mais contemporânea e nos permita incorporar temas como sustentabilidade e igualdade, nos permita abordar desafios específicos da sociedade brasileira, incorporar elementos de diversidade e representatividade e, com a permissão dos autores,  utilizar uma linguagem mais direta e assertiva, condizente com o cenário atual.

Pés no chão em 2025

Inegável, que a música é uma das obras primas do cancioneiro brasileiro e que já se incorporou em nosso cérebro, como uma mensagem inspiradora e relevante para o Ano Novo, como de fato é! Certamente, eu e muitos de vocês leitores, todos juntos, entoaremos alegremente e confiantes os versos da música na chegada de 2025!

Mas recomendo, que logo na manhã do dia 02 de janeiro do novo ano, todos já tenhamos olhos, para um mercado de trabalho em transformação e para a realidade fria, graças à digitalização e à automação, que já são realidades.

Queiramos “paz no meu coração“, não tem problema, mas que fique claro, muitos brasileiros só cantam estes versos, porque procuram estabilidade e serenidade em meio às incertezas econômicas, a muito tempo!

E quando cantarmos que “caminhamos todos juntos“, vamos por mais força e verdade em nosso canto, para reforçarmos, a importância da solidariedade e da cooperação para superar os desafios econômicos.  Acreditemos no trecho “marcas do que se foi” e vamos com coragem, emanar a resiliência e a capacidade de aprender com o passado!

E não custa nada, capricharmos na parte dos “sonhos que vamos ter“! Dizem por aí, que a palavra tem força, por isso, cantemos e vamos torcer pela esperança de um futuro melhor, mesmo diante de dificuldades já comentadas aqui.

O bom mesmo é que culturalmente, o Brasil é um país rico e diversificado, com uma forte tradição de celebrações e festividades, é festa o ano inteiro em todo nosso território. Em todos os rincões, a música desempenha um papel fundamental na cultura brasileira, sendo uma forma de expressão e união.

A mensagem do tema “Marcas do que se foi“, se encaixa perfeitamente neste contexto cultural, pois embrulha sentimentos universais de paz e amizade, que são particularmente valorizados durante este período.

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Como diz a música, “quem quiser ter um amigo que me dê a mão“. Com esta frase, fica reforçada a importância das relações humanas e da construção de comunidades solidárias, então, vamos exercer nosso papel cidadão e vamos fazer a nossa parte, cada um no seu ambiente de convivência.

Quem sabe dá certo, não é? Eu acredito piamente, que esse é um sentimento que ressoa profundamente com a população, especialmente em tempos de mudanças rápidas e desafios globais.

“Este ano, quero paz no meu coração…” e muito mais

E já finalizando, a ousadia da análise realista desse texto, foi mesmo para constatar, que ele permanece adequado como uma mensagem de desejo de um ano bom.

Sua letra defende os temas universais e atemporais de paz, amizade, esperança e renovação, que continuam sendo relevantes para a sociedade brasileira contemporânea, é sempre bom acreditar em tempos melhores.

Sejamos resilientes e solidários, e façamos de 2025, um tempo novo de mais verdade, mais união e resultados mais coletivos, trabalhando juntos em direção a um objetivo comum!

Até a próxima!

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** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.