Mercado cultural brasileiro 2025: expectativas e impacto no turismo
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Cultura

Perspectivas do mercado cultural brasileiro para 2025 e seu impacto no turismo

Conheça na prática, como a produção cultural poderá disseminar ainda mais geração de trabalho, renda e prosperidade para o setor turístico no próximo ano.

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Banda Mineira Forró Lorota (Foto: Eduardo Bento)

O mercado cultural brasileiro está em constante evolução e a expectativa é que tenhamos um cenário promissor para 2025, com o crescimento da economia criativa e com inúmeras iniciativas de fomento para o setor cultural, que vem sendo trabalhadas no país, abrindo espaço para que o segmento cultura, volte a desempenhar um papel fundamental na contribuição com o desenvolvimento da economia, inclusive contribuindo com um melhor desempenho da atividade turística no país.

O que me inspirou a pensar nas perspectivas do mercado cultural para o próximo ano e seus desdobramentos no turismo, foi a celebração do “Dia Nacional da Cultura”, comemorado em 05 de novembro. Sem dúvida alguma, esta deferência à cultura, é uma oportunidade para celebrarmos a enorme riqueza cultural do Brasil e especialmente para refletirmos sobre a importância do fazer cultural, na construção da identidade nacional.

Dia Nacional da Cultura

De acordo com o Arquivo Nacional, “O dia 5 de novembro foi escolhido como o Dia Nacional da Cultura em homenagem a Rui Barbosa, jurista, jornalista, político, diplomata, ensaísta e orador. Nascido em Salvador, Bahia, em 5 de novembro de 1849, Rui Barbosa desempenhou importante papel político e cultural no Brasil”, sem falar que este é um momento para reconhecermos a diversidade trabalhada em nosso país e para que se promova, a preservação do patrimônio cultural em todo o território nacional.

Para pensarmos nas perspectivas do mercado cultural brasileiro para o ano de 2025 e sobre um eventual Impacto no segmento do turismo, é necessário avaliarmos as tendências e quais as principais oportunidades que despontam e que nos chamam atenção para um cenário próspero.

Podemos começar confirmando a força e um nítido crescimento do turismo cultural em todo o território nacional. É corriqueira a busca no mercado turístico,  por experiências autênticas e imersivas nas práticas culturais, nos aspectos históricos e nas diversas expressões da arte.

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Ao longo do ano, esta coluna noticiou inúmeras iniciativas produtivas no campo da música, do artesanato, da música, da museologia e mais alguns setores culturais. Isto só corrobora com o aumento do impacto cultural na atividade turística e podemos sim afirmar, que o turismo cultural é hoje uma próspera realidade.

Muito se fala também na economia criativa, que merece ser mais bem explicada e por consequência compreendida, mas é fato, que o setor cultural deve gerar muitos empregos, gerar renda e promover a circulação de divisas, impactando positivamente com o desenvolvimento local e em muitos casos, regional.

Outro ponto positivo no cenário das tendências e das oportunidades, é admitirmos que estamos vivendo um tempo cada vez mais digitalizado e com isso, é fato a adoção de tecnologias digitais para a ampliação do acesso à cultura. Não é difícil perceber, que se temos acesso à ações culturais, é fato de que o setor está com a promoção mais facilitada e portanto os produtos gerados no meio cultural, são mais facilmente comercializados.

Cultura e ESG

Se em 2024 já falamos muito em mudanças radicais nos pilares ESG, Ambiental, Social e Governança, é inevitável que para 2025 a produção cultural se fortaleça, com produtos, que contribuam com o senso e com a necessária realidade dos tempos de sustentabilidade. A sensibilização para a proteção ambiental e para as melhores práticas sociais, devem influenciar o consumo, já que é bastante clara a escolha por produtos e oportunidades de lazer que se apresentem sustentáveis e responsáveis.

Ofício da cestaria (Foto: Ubiraney Silva)

Além de artisticamente perfeitos, as iniciativas culturais deverão se desenvolver visando a sustentabilidade ambiental, social e econômica, induzindo o cuidado com o meio ambiente e o uso de seus recursos, oferecendo sempre a clareza sobre o desenvolvimento das pessoas e o bem-estar da sociedade e com uma eficiente mensagem de defesa de um desenvolvimento econômico responsável, que aproveite os recursos naturais em todos os sentidos da sustentabilidade.

Parece ousadia de minha parte, mas se seguirmos estes caminhos, podemos seguramente pensar que o mercado cultural orientado, trará grandes contribuições para o turismo, para além do que já acontece na atualidade.

O caminho será pensar sempre na diversificação da oferta turística, oferecendo experiências bem cuidadas e que tenham vigor atrativo para visitantes, que pagam bem e fielmente para consumirem cultura, arte e história de qualidade.

Sem deixar que o discurso caia no lugar comum, tratar a produção cultural vislumbrando os efeitos estimulantes para o crescimento econômico, com certeza fará bem para o desenvolvimento das regiões menos exploradas e que podem ser palco de produtos culturais passíveis de circulação.

Se temos boa oferta, tanto de produção cultural, quanto de qualidade do produto turístico de forma geral, temos que dar força e fôlego, às ações de promoção dos produtos e da imagem do Brasil internacionalmente. Eu particularmente, acredito piamente, que a cultura brasileira é um forte elemento de reforço da qualidade do que oferecemos bem como da identidade nacional.

O que teremos para 2025

Por fim, se queremos impactar cultural e turisticamente em 2025, temos que focar no gráfico ascendente para a economia, cuidando da geração de empregos para ambos os setores, que mantêm cadeias produtivas significativas, diversificadas e que geram renda em áreas como arte, patrimônio, gastronomia e hospitalidade, por exemplo. Mas todos sabemos que este caminho de prosperidade é infinitamente mais amplo.

Penso, que 2025 será um ano importante e de virada. Vivemos os últimos 5 anos, incluindo o momento dramático da pandemia do COVID 19, que nos ensinaram muito e nos mostraram necessidades especiais em muitos aspectos, mas como contrapartida, abriram nossos olhos para tomarmos coragem de utilizarmos as ferramentas que estavam à nossa disposição e por vários motivos, não éramos estimulados a utilizá-las como a tecnologia e a criatividade por exemplo.

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Outro ganho importante deste período sinistro de pandemia e de retorno à vida normal, foi o aumento da percepção da necessidade iminente de ações mais socialmente seguras e que tragam força ao senso comum de um mundo mais sustentável.

Para que tudo isso tenha força e para que consigamos de fato fazer a produção cultural impactar no crescimento do setor turístico, precisaremos de enfrentar os próximos desafios e de pensarmos também em estratégias, que nos ajudem a garantir o alcance de bons resultados.

Por isso, se a iniciativa privada caminhar contribuindo com a oferta de produtos culturais e turísticos, que o poder público faça sua parte, investindo firme e decisivamente em infraestrutura turística e cultural, que são necessários para o atendimento a uma demanda que deverá ser crescente.

Estar preparado é essencial

Capacitação, treinamento e qualificação de profissionais do setor cultural e turístico também são preponderantes neste cenário. Hoje ainda sentimos falta de mão de obra qualificada em muitos segmentos, que acabam comprometendo o arremate dos produtos culturais e turísticos, que necessariamente devem ser primorosos.

Já citei, mas reforço que ações de marketing, com estratégias eficazes de promoção e divulgação da cultura brasileira, podem e devem receber investimentos e um olhar cada vez mais competitivo, dando ao Brasil o destaque que merece mundialmente.

E por último, as parcerias. O ambiente colaborativo entre os setores público, privado e o terceiro setor, se torna fundamental para o fomento do desenvolvimento setorial da cultura e do turismo.

Para finalizar, sabemos que a cultura desempenha um papel de grande Importância na construção da identidade nacional e na promoção do desenvolvimento social e econômico. É por meio da cultura, que se preserva a memória e a história de nosso país.

É por ela, que se promove a criatividade e a inovação. Fomenta o turismo, aguça a economia criativa, estimula a cidadania e a participação da sociedade e o melhor, enriquece a vida das pessoas e das comunidades.

Já temos o tempo de Natal estampando as vitrines em todo o país. Já podemos sentir o cheirinho de ano novo vindo por aí. Por isso, fica o convite, sejamos todos agentes de transformação, vocês topam?

Vamos juntos, oferecermos um Brasil culturalmente mais atraente e turisticamente mais aberto para o mercado internacional. Talento e conteúdo não nos faltam.

Ainda é cedo, mas ouso desejar a todos um Feliz Ano Novo!

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** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.