DUQ Gastronomia e seu menu sazonal franco-italiano em Curitiba
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Gastronomia

DUQ Gastronomia: menu sazonal franco-italiano marca o requinte do melhor da enogastronomia em Curitiba

Restaurante acrescenta menu sazonal ao cardápio repleto de referências da culinária francesa e italiana.

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Cozinha aberta do restaurante DUQ Gastronomia. (Foto: Thiago Paes @paespelomundo)

Um restaurante que poderia estar num clube privado, daqueles que são exclusivos para membros, como o ANNABEL’S em Londres, o qual tive o prazer de conhecer recentemente. Pela sofisticação do projeto arquitetônico que tem a assinatura do escritório archi.feel, pelo serviço impecável de um staff sempre simpático e atencioso, mas principalmente pela enogastronomia da dupla Chef Felipe Miyake e o Sommelier José Vinicius Chupil, o menu sazonal de outono do DUQ Gastronomia reafirma a culinária franco-italiana e suas brasilidades em alto estilo.

Pici com ragu de linguiça. (Foto: Thiago Paes @paespelomundo)

A elegância do simples

Difícil é fazer o simples. Ou como diria Leonardo da Vinci: “A simplicidade é o último grau da sofisticação.” E é um pouco como me sinto sempre que sou apresentado a criatividade, o talento, o ofício do chef Miyake. O cardápio enxuto e repleto de referências da culinária italiana marca o sazonal de outono. Massas da entrada ao principal, sorbets e sorvetes de sobremesa, tudo feito na casa. Cuidadosamente pensado para satisfazer, agradar, ou simplesmente, proporcionar momentos incríveis longe das obviedades experimentais gastronômicas. O simples requer muitas referências. Ainda mais diante de uma culinária de um país que possui 386 restaurantes com estrela Michelin.

Gnudi de ricota, cassoulet de frutos do mar e drink com goiaba de entrada. (Foto: Thiago Paes @paespelomundo)

A entrada de gnudi (bolinhos semelhantes ao nhoque, feitos de ricota e semolina) na manteiga de avelã e limão siciliano iniciou trazendo um tom de osteria italiana e seus menus informais e acolhedores, que logo é surpreendido por outra entrada de origem francesa, o cassoulet, numa versão frutos do mar, saborosíssimos. Entradas que não passam desapercebidas numa refeição. O que, a meu ver, demostra que o DUQ pode ser um daqueles lugares sofisticados e descontraídos para ir provando o cardápio sem se preocupar o que é entrada, principal ou sobremesa.

Tortelli de coelho e vinho Mondo Roso. (Foto: Thiago Paes @paespelomundo)

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O menu de outono continua com quatro opções de massas. O Ravioli de berinjela ao pomodoro com queijo pecorino e nozes; a Pici com ragu de linguiça sobre fonduta de parmesão; o spaguetti ao vôngole com julienne de abobrinha e o Tortelli de coelho ao próprio molho assado com straciatella e brunoise de legumes. É reduntante dizer que estavam impecáveis. Embora a Pici, essa massa mais grossinha e na fonduta (fondue italiano) de parmesão, trouxe um aconchego de cantina e seus quitutes de panelinha, a qual se tornou a minha preferida da noite.

Ravioli de berinjela ao pomodoro. (Foto: Thiago Paes @paespelomundo)

Cada combinação das receitas remetia a uma região típica da Itália, como o Tortelli de coelho ao clássico “Coniglio in porchetta”, da região de Marche; ou o Spaghetti alle vongole, do sul do país; ou ainda o “Malloreddus alla Campidanese” (massa feita com linguiça e açafrão), típica da Sardenha. O menu apostou nas diferentes massas e recheios clássicos do norte ao sul da Itália.

Massas e vinhos italianos no novo menu sazonal. (Foto: Thiago Paes @paespelomundo)

Sobremesas com novos sabores

Uma das novidades da casa são também os sorbets e sorvetes artesanais. Sobremesas que o Chef Felipe Miyake vem testando há algum tempo. No menu de verão já havia trazido sorbet acompanhado de salada de frutas. Neste outono, sabores como cumaru, laranja bahia, compota de figo, manga e goiabada de Carlópolis (cidade do Paraná com Identificação Geográfica para o doce), tornaram o menu sazonal ainda mais incrível por acrescentar brasilidade com potentes e importantes ingredientes.

Compota de figo e goiabada na receita de sorbets e sorvetes. (Foto: Thiago Paes @paespelomundo)

O cumaru, a baunilha brasileira, é uma preciosidade da nossa culinária. Laranja Bahia, uma fruta local que ganhou os Estados Unidos por meio da diplomacia e hoje se tornou um dos principais produtos de exportação dos americanos, completam esse menu genial em sua simplicidade. O sorbet de laranja é um primor! Prove.

Sommelier José Vinicius Chupil apresenta Andre Roso da importadora Mondo Roso. (Foto: Thiago Paes @paespelomundo)

É inevitável falar da impecável adega que o DUQ possui. Com rótulos que vão dos países mais comerciais na vitivinicultura aos mais exóticos, é um verdadeiro paraíso para enófilos curiosos. No menu franco-italiano da estação, tudo foi acompanhado dos vinhos da Mondo Roso, italianos que agora fazem parte da adega da casa. Além dos drinks de welcome do bartender Felipe Garret.

Além do menu fixo da casa, o menu de outono. (Foto: Thiago Paes @paespelomundo)

Restaurantes como o DUQ trazem referências interessantes para a gastronomia de cidades fora do eixo Rio-São Paulo, tão tradicionais na “alta-gastronomia” e entendida (por mim) como alto padrão de qualidade dos insumos, do serviço, da identidade do chef em relação ao que se apresenta, das escolhas harmoniosas do sommelier. E, parafraseando Steve Jobs em entrevista ao Businessweek em 98, isso tem sido um dos meus mantras: “foco e simplicidade”. Ou quem sabe Alain Ducasse, quando disse: “A perfeição na cozinha está na simplicidade bem executada”. É isso. Bravo!

Thiago Paes é colunista de viagem e gastronomia. Está nas redes sociais como @paespelomundo. É apresentador do programa de viagens PaesPeloMundo na TV no canal Travel Box Brazil. Viaja pelo Brasil e pelo mundo para conhecer a cultura culinária, restaurante e chefs que fazem a diferença. Press: contato@paespelomunco.com.br

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.