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A hotelaria precisa estar preparada para atender ao público sênior

Apesar dos investimentos em áreas kids e pets, as facilidades para o público idoso ainda precisam melhorar.

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(Foto: Freepik)

HOTELARIA SÊNIOR – No último domingo celebramos o “Dia Nacional do Idoso”. Ao longo dos últimos anos a faixa etária acima dos 60 anos tem se destacado pela saúde, capacidade produtiva e vivacidade. Conforme dados divulgados pelo IBGE, também no Brasil a população está “envelhecendo”. Dentro de 10 anos o percentual de pessoas com 60 anos ou mais passará de 11,3% para expressivos 14,7% da população brasileira. Isso representa uma importante mudança na estrutura etária do país para qual toda cadeia produtiva de serviços precisa estruturar-se adequadamente. Em números absolutos estamos falando de 9 milhões de novos consumidores, boa parte deles potencialmente novos viajantes pelo Brasil e no Exterior.

Razões para esta nova estruturação da pirâmide etária brasileira são bastante evidentes segundo especialistas, entre elas destaca-se o avanço da medicina, mais cuidado com a prevenção de doenças (especialmente após o advento da pandemia do Coronavírus) e ainda a notória redução da taxa de fecundidade que reduzirá como consequência no percentual da população jovem em poucas décadas. Em outros países a estrutura social entre demais aspectos ligados a este envelhecimento foram bem melhor planejados e concebidos com novos serviços diretamente focados a este público-alvo ávido por melhor qualidade de vida e com disponibilidade financeira confortável para consumir turismo.

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É bem verdade que no Brasil ainda levaremos cerca de mais 2 ou 3 décadas para que o percentual de viajantes seniores (60+) atinja níveis auferidos nos países desenvolvidos onde aproximadamente 32% do faturamento somado dos segmentos turísticos advém deste mercado. Estudos da Eurostat Statistics apontam que no segmento sênior (que nestes países consideram a idade sênior a partir dos 65 anos e não 60 como no Brasil) as viagens são de duração mais longa, já que os turistas são em sua maioria aposentados e priorizam se deslocar em seus próprios países ou no máximo países vizinhos.

Antes da pandemia os cruzeiros marítimos, em especial de longa duração já contavam com fortíssima presença de passageiros de maior idade. Embora o setor ainda não tenha recuperado este “share” estima-se que gradativamente os percentuais escalem gradualmente e mais viagens marítimas de lazer abarquem o público em questão. Para isso as programações musicais e atrativos de lazer e tem sido inovados e equipes de tripulantes cada vez mais bem preparadas para atendê-los, inclusive com formações e treinamentos para cuidar da saúde e do bem estar de seus passageiros.             

Suas percepções e expectativas são peculiares, valorizam sobremodo ambientes de convivência coletiva, harmonização com a natureza, leitura, espaços de relaxamento, tranquilidade mesclada com momentos de confraternização e festejos temperados com músicas, danças e jogos.

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Na gastronomia a tendência é cada vez optarem por alimentos mais saudáveis, dietas balanceadas e contendo variedades de produtos para intolerâncias alimentares como lactose, glúten entre outros. Nossos hotéis de lazer têm investido significativamente em recursos tecnológicos e atrativos para famílias e seus respectivos segmentos: kids e pets. Entretanto, ao meu ver, ainda muito modestamente em soluções voltadas para o público sênior. Isso acaba implicando em avaliações que sempre trazem em seu conteúdo observações de seus hóspedes atinentes a estas debilidades detectadas. Tais como ausência de alguns equipamentos de segurança (não somente nos quartos adaptados), sinalização interna  visualmente mais destacada, programações voltadas para eles, serviços de “wellness” com profissionais dedicados e balanceamento nutricional.     

 Estejam sempre prontos para o futuro, ele não tarda e chegará muito depressa!                 

Maarten Van Sluys (Consultor Estratégico em Hotelaria – MVS Consultoria)

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