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Desafio atual da hotelaria: baixa atratividade para preencher vagas de trabalho

Entenda porque as vagas no mercado não estão sendo preenchidas e qual estratégia utilizar para minimizar os efeitos do cenário atual.

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A mão de obra não está qualificada par as vagas de trabalho ofertadas.
Foto: Freepik

Um dos principais e atuais desafios do setor hoteleiro em seus planos estratégicos está exatamente onde reside seu maior patrimônio: capital humano. Chave da transformação da sociedade e elemento essencial na prestação dos bons serviços exigidos pela atividade.

Relação ainda percebida de causa x efeito da abrupta queda de receitas causada pela pandemia, em muitos casos hotéis que paralisaram temporariamente suas atividades resultando no afastamento definitivo ou momentâneo de milhares de trabalhadores do setor naquela ocasião.

Nesta conta entraram também os hotéis que permaneceram em funcionamento porém com quadros mínimos suficientes para atender a demanda reduzida. Para estes casos a orientação que dada por minha consultoria sempre foi a da assertividade em realizar-se uma seleção criteriosa das forças laborais de tal forma que os empreendimentos mantivessem, para efeito da líquida e certa futura retomada, seus talentos a disposição.

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Infelizmente o que se viu em maior escala foram desligamentos nem sempre balizados na qualificação e no potencial mensuráveis de cada indivíduo mas sim na relação antiguidade x faixas salariais mais altas dos hotéis, entre outros critérios apenas intuitivos e não técnicos.

As consequências

Como consequência, os serviços ofertados aos clientes desde então pioraram. Através da forte retomada que presenciamos o mercado oferta um número substantivo de vagas de trabalho em todos os níveis orgânicos dos meios de hospedagens sem no entanto que exerçam a esperada atratividade.

Os quantitativos deste número de vagas em aberto porém não são tangíveis e, quando citados numericamente, não trazem consigo embasamento estatístico comprovável. As razões por este “apagão” de mão de obra são claras.

1- Durante a pandemia os antigos colaboradores passaram a empreender individualmente em outros negócios que somados aos auxílios governamentais mantiveram seus orçamentos familiares sustentáveis.

2- Os salários e benefícios dos empregos formais ofertados são ainda pouco atrativos ante o mercado também amplo de vagas de trabalho de outros setores da economia.

Hotéis de rede e independentes anunciam vagas de trabalho e inúmeras cidades promovem atualmente “Feirões de Empregos” para as diversas funções. Nos processos seletivos decorrentes destas aberturas de vagas saltam aos olhos candidatos sem qualquer experiência pregressa no setor, baixa qualificação e nível educacional que não atingem os requisitos mínimos estabelecidos nas políticas anteriores de contratações destes hotéis.

Mudanças precisam acontecer

Observamos esta situação com crescente preocupação entendendo que mudanças neste cenário precisam acontecer. Políticas de remuneração e benefícios precisam ser revisitadas afim de garantir serviços qualitativamente coerentes com as expectativas dos ainda mais exigentes clientes. O regime de trabalho (CLT x PJ) avaliado, escalas de horários e folgas com maior flexibilidade e a capacitação permanente das equipes são elementos-chave para a retenção de pessoas.

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O atendimento exemplar, a empatia, a entrega correta do que foi contratado são o diferencial daqueles que se sobressaem em um mercado bem mais competitivo do que antes. Sem a observância de políticas corretas nas relações de trabalho e a valorização de seus recursos humanos este sucesso não poderá ser atingido.     

Como forma de minimizar os efeitos desta desfavorável equação atual pensamos ser uma estratégia interessante a maior conexão das redes e hotéis independentes com os órgãos do Sistema S de formação profissional e as faculdades de turismo e hotelaria no sentido de garimpar talentos. Em toda minha trajetória na gerencia geral dos mais diversos hotéis sempre atuei junto a estes e através destas interfaces recrutei excelentes forças laborais jovens e motivadas para se inserirem no mercado de trabalho.   

Gerar o “pertencimento” vai muito além apenas de pagar melhores salários!         

Maarten Van Sluys (Consultor Estratégico em Hotelaria – MVS Consultoria)

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** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.