Jack, o Estripador em SP? A história que assombra Paranapiacaba
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Jack, o Estripador no ABC Paulista? A história que assombra Paranapiacaba

A lenda urbana, mesmo nunca tendo sido, comprovada liga o assassino londrino à vila no ABC, que oferece diversas atrações ligadas ao mundo do terror

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A arquitetura e as lendas dão o tom de Paranapiacaba (Foto: @arqjonasbasseto para Instagram @paranapiacaba_oficial)

No mês do Halloween as histórias aterrorizantes ganham espaço. Poucas pessoas sabem, mas em um distrito de Santo André/SP que se chama Paranapiacaba, uma pequena e charmosa vila Inglesa que surgiu em 1860 com a construção da linha férrea que ligava o litoral à capital paulista pela São Paulo Railway, existe uma história que assombra moradores e turistas.

Como diria o próprio Jack: “Vamos por partes”! A conexão entre Paranapiacaba e Jack, o Estripador, é um conto urbano e local, especialmente relacionada a eventos de Halloween. Reza a lenda que o infame assassino inglês poderia ter continuado sua história em uma nova cidade após desaparecer de Londres. Esta é uma história de ficção e não um fato histórico, a lenda foi popularizada pela prefeitura de Santo André como parte de um especial sobre lendas urbanas da vila, contrastando o mistério de Londres com a atmosfera da vila inglesa.

A lenda conta que Jack, o Estripador, fugiu para Paranapiacaba com imigrantes ingleses, tornando-se o primeiro médico da vila e continuou por lá até morrer, ninguém sabe quando e se isso aconteceu. Mas a história segue viva na vila.

No dia do Halloween confira as lendas urbanas de Paranapiacaba

São os contos e lendas urbanas da pequena vila que levam o visitante a um clima de suspense. E não é para menos! O clima não poderia ser mais londrino, no meio Serra do Mar, a neblina é quase sempre constante e o ar de suspense e tensão pairam entorno de Paranapiacaba. Além da lenda de Jack, o estripador existem várias outras histórias que estão no cotidiano dos moradores da cidade:

  • A noiva: Uma jovem é abandonada no altar e corre desesperadamente pelos trilhos, arrastando seu longo véu. Diz a lenda que a neblina que toma a vila é o seu véu, enquanto ela continua a procurar o noivo.
  • O corpo-seco: Uma lenda brasileira que fala de um defunto amaldiçoado a vagar pela Terra por ter cometido maldades em vida.
  • Vigias noturnos: A lenda dos vigias noturnos conta que um guarda batia três vezes na porta das casas para verificar se tudo estava bem. Mesmo após a morte dos vigias, dizem que um espírito ainda vaga pela vila batendo nas portas à noite, e que não responder pode ser um convite para o espírito entrar.
  • Lobisomens e bruxas: Outras lendas incluem histórias de lobisomens e bruxas e o fato de a vila receber anualmente uma das maiores convenções de bruxas e magos do Brasil!

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E se você acha que acabou, Paranapiacaba ainda possui várias curiosidades e fatos importantes despertados pelo clima das bruxas. Várias produções cinematográficas inspiradas e até alguns estilos de filmes de terror foram gravados por lá.

  • Vale dos Esquecidos: Primeira série de terror brasileira da HBO Max, inspirada nas lendas e na atmosfera misteriosa da cidade. Atualmente, o seriado Vale dos Esquecidos está disponível no catálogo da HBO Max e conta ainda com 10 episódios, subdivididos em vários ambientes da vila.
  • Oficina do Diabo: primeiro filme de ficção da Brasil Paralelo gravado em Paranapiacaba, utiliza a atmosfera da cidade como cenário e mostra momentos marcantes da história do Brasil, como os anos 60 e trechos da Segunda Guerra Mundial.
  • Folk horror: Paranapiacaba é usada em produções de terror no estilo folk horror, que mistura o terror com tradições rurais e rituais.

O pequeno distrito oferece mais do que uma história que assombra

Além das histórias de terror, em Paranapiacaba, é possível explorar a história da vila inglesa de arquitetura vitoriana, visitando museus, cafés, restaurantes, feiras de artesanato e belas trilhas na mata atlântica. Confira:

  • Museu Castelinho: era a antiga residência do engenheiro-chefe da vila, hoje abriga um acervo sobre o modo de vida dos antigos moradores. 
  • Relógio da Estação: é uma réplica inspirada no Big Ben de Londres, localizado no Pátio Ferroviário. 
  • Museu do Funicular: conta sobre o sistema de transporte que operava na serra e funciona aos sábados, domingos e feriados.
  • Pátio Ferroviário: um complexo com locomotivas antigas, o museu e a passarela metálica. 
  • Igreja Bom Jesus de Paranapiacaba: um dos marcos da parte alta da cidade, com vista para a estação. 
  • Clubes e casas históricas: Clube União Lyra Serrano (atualmente em restauração) e a Casa Fox, que servia de residência coletiva para operários.

A vila ainda oferece natureza e ecoturismo

Diversas trilhas de diferentes níveis de dificuldade cortam a Mata Atlântica na região, entre elas a Trilha do Poço Formoso, a Trilha do Mirante e a Trilha das Nascentes. No Parque Municipal Nascentes de Paranapiacaba, área de preservação que concentra percursos e um mirante, o acesso é permitido somente com acompanhamento de monitor credenciado pela Prefeitura. Para ampliar a segurança e enriquecer a visita com informações culturais e históricas, é recomendável contratar um guia local, sobretudo nas rotas mais exigentes.

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E se você leu até aqui e ainda está animado a conhecer essa cidade tão especial, por que não chegar até lá em um passeio de trem? É isso mesmo, uma das formas de chegar até Paranapiacaba é através de um trem que parte do Centro de São Paulo, da Estação da Luz. A viagem leva os passageiros a bordo de vagões da década de 1960 até a antiga vila inglesa de Paranapiacaba, que pertence a Santo André/SP.

Trem pra Paranapiacaba Desde 2009, a CPTM colocou em atividade o Expresso Turístico, com passeios de trem que partem da Estação Luz, no centro de São Paulo, com destino à Jundiaí, Mogi das Cruzes e Paranapiacaba. O passeio do Expresso Turístico é realizado através de uma locomotiva a diesel, de 1952, que conduz carros de passageiros, de aço inoxidável, fabricados no Brasil pela MAFERSA nos anos 60 e que foram cedidos pela ABPF (Associação Brasileira de Preservação Ferroviária).

Durante a viagem, o turista aprecia a paisagem e conhece um pouco da história do longo do trajeto. Atualmente, o embarque é realizado às 8h00, com partida às 8h30 da plataforma 1 ou 4 da Estação Luz e o retorno das cidades visitadas ocorre às 16h30. ​No total, são 352 assentos, além de espaço reservado para cadeira de rodas – com cinto de segurança e ponto de ancoragem. Um excelente passeio e ainda pouco conhecido das pessoas.

E nem precisa ser Halloween para conhecer as histórias que assombram Paranapiacaba

E é quando o sol se esconde atrás da serra, que Paranapiacaba realmente mostra sua outra face. A neblina desce pesada, cobrindo tudo como um manto vivo, e o silêncio ganha um som próprio, um murmúrio parece vir da mata, das casas vazias, dos trilhos abandonados. As luzes amareladas mal conseguem romper o branco espesso, e cada sombra se alonga como se tivesse vontade própria.

Os moradores dizem que é nessa hora que as histórias deixam de ser histórias e que a noiva volta a correr pelos trilhos, que as portas antigas recebem três batidas inexplicáveis, que sussurros ecoam perto da igreja mesmo quando não há ninguém ali, alguns juram ver figuras atravessando a neblina, outros dizem que ouviram o som metálico de passos na passarela, mesmo estando sozinhos.

A verdade, ninguém confirma. Na vila, as pessoas aprenderam que certos mistérios não se explicam apenas se respeitam. Porque em Paranapiacaba, quando a noite chega, o passado não está morto.

Ele caminha.
Ele observa.
Ele espera.

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