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ABETA se posiciona oficialmente sobre os recentes acidentes no turismo de aventura
Associação se pronuncia sobre a necessidade da regulamentação e fiscalização das atividades de turismo de aventura

O turismo no Brasil atravessa um momento de grande otimismo, impulsionado por números promissores no período pós-pandemia. No entanto, para que esse crescimento se sustente e projete a confiança do país internacionalmente, é fundamental garantir a capacidade operacional do setor.
Tragédias recentes, como acidentes com balões de ar quente, o incidente com praticantes de stand-up paddle no Rio de Janeiro e o lamentável caso de Juliana Marins na Indonésia, servem como um alerta urgente: a profissionalização é crucial para assegurar a qualidade, a segurança e a sustentabilidade desse avanço.
Segundo Fernanda Dornelles, vice-presidente da Associação Brasileira das Empresas de Ecoturismo e Turismo de Aventura (ABETA), a informalidade, a escassez de mão de obra especializada e a ausência de fiscalização das normas técnicas são, muitas vezes, a regra no ecoturismo e turismo de aventura. Ela aponta que apenas uma minoria de operadores e agências se comprometem com as boas práticas, as exigências legais e as normas da ABNT.
“É preciso suprir a ausência de políticas públicas mais contundentes e de uma pressão mais estruturada do mercado nacional, para que essas boas práticas deixem de ser diferenciais e passem a ser exigências amplamente disseminadas entre as operadoras, contratantes e destinos”, afirma Dornelles.
A qualificação técnica não só aprimora os serviços e reduz riscos, mas também expande o potencial econômico e social do turismo. Ao garantir experiências seguras, o setor fideliza clientes, o que se traduz em avaliações positivas, maior tempo de permanência no destino, retornos em futuras visitas e uma promoção orgânica do país no cenário internacional. Este cenário reforça a importância da “cadeia do turismo” funcionando de maneira integrada e segura.
Nota da ABETA sobre os acidentes recentes no Turismo de Aventura
A ABETA (Associação Brasileira das Empresas de Ecoturismo e Turismo de Aventura) manifesta pesar em relação às recentes tragédias envolvendo balões de ar quente, em Boituva (SP) e Praia Grande (SC), e no caso da brasileira Juliana Marins, na Indonésia, e se solidariza com familiares e amigos das vítimas. Juliana realizava uma trilha em um vulcão na Indonésia quando sofreu uma queda e permaneceu por quatro dias aguardando resgate. Situações como essa reforçam a importância da segurança em atividades turísticas em ambientes naturais remotos e da preparação para uma resposta rápida e eficiente em caso de acidentes.
Desde 2003, a ABETA atua pela qualificação e pela promoção da segurança no turismo de natureza no Brasil. Por meio do Programa Aventura Segura — realizado em parceria com o Ministério do Turismo, o Sebrae Nacional e apoio da ABNT — contribuímos para o desenvolvimento de mais de 40 normas técnicas da ABNT, incluindo a ABNT NBR ISO 21101 – Sistema de Gestão da Segurança, prevista em legislação nacional para as atividades de turismo de aventura.
Atualmente, o balonismo turístico no Brasil ainda não conta com regulamentação técnica específica. As regras em vigor se referem ao balonismo desportivo, sob responsabilidade da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC). A ABETA participa de discussões junto ao Ministério do Turismo com o objetivo de apoiar a construção de normativos adequados para esta atividade.
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A inexistência de regras técnicas específicas para o balonismo turístico, associada a lacunas na fiscalização e à atuação de operadores não formalizados, contribui para o aumento dos riscos.
A ABETA reitera que não se posiciona contra o balonismo ou outras atividades de turismo de aventura. Defendemos que sejam praticadas com segurança, responsabilidade e respeito às normas, com base em três pilares: capacitação, normalização técnica e fiscalização eficaz.
Esse é o caminho que a ABETA acredita e vem trilhando para inspirar a construção de um Turismo Brasileiro de Natureza que seja Seguro, Sustentável e Responsável.
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