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Camping x acampamento educativo: nomes parecidos, propostas diferentes
Por Camila Gaudio*, especialista em gestão de serviços e vice-presidente da Associação Brasileira de Acampamentos Educativos
O contato com a natureza é uma prática profundamente transformadora, em especial para aqueles que buscam fugir da correria do dia a dia e reconectar-se com o mundo ao ar livre. Essa aproximação com o meio ambiente causa impactos que vão além da simples distração, promovendo descanso, a criatividade e a autonomia. No entanto, há diferentes formas de viver essa experiência, e nem todas são iguais no sentido de propósitos e benefícios.
Entre as opções mais populares, há o camping e o acampamento educativo. Embora esses nomes gerem uma confusão por parecerem semelhantes, ambos possuem propostas bastante diferentes em termos de estrutura e impacto no desenvolvimento infantojuvenil.
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Camping: uma experiência de lazer autônoma
O camping é uma atividade recreativa ao ar livre que tem como propósito o lazer e a aventura. Participantes de todas as idades costumam levar os próprios equipamentos, como barracas ou até mesmo trailers, para se aventurar em ambientes naturais mais abertos à exploração, como parques nacionais, áreas de montanha ou à beira de lagos. Por lá, o objetivo é simples: relaxar e aproveitar o tempo livre sem a pressão da rotina.
Pensando nisso, pode-se definir que a principal característica do camping é a autonomia. Os campistas têm total liberdade para definir as atividades, que incluem caminhadas, pesca, fogueiras ou, simplesmente, momentos de descanso em áreas verdes. A experiência oferece flexibilidade, permitindo que cada um crie a própria programação conforme as preferências – alternativa para quem busca uma conexão direta com o meio ambiente de maneira simples, seja sozinho ou com a companhia de familiares e amigos.
A oportunidade de se desconectar da rotina e das demandas diárias é um dos grandes benefícios do camping, que também proporciona uma sensação de liberdade e, para muitas famílias, a oportunidade de fortalecer laços afetivos. A autossuficiência também é uma possibilidade nesse formato, já que os campistas precisam montar as próprias barracas, cozinhar refeições e, muitas vezes, resolver problemas imprevistos com criatividade e resiliência. Além disso, representa uma opção economicamente acessível, especialmente quando comparada a outros tipos de hospedagem. A ideia de “voltar às raízes” e simplificar a vida por alguns dias é a motivação para os adeptos a essa prática.
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Acampamento educativo: uma atividade que ensina
Diferentemente do camping tradicional, o acampamento educativo ultrapassa o simples lazer, pois carrega um forte componente pedagógico, com foco em promover o desenvolvimento pessoal e o aprendizado prático, desde a fauna e a flora local até o reforço de habilidades socioemocionais. Aqui, é importante destacar que o acampamento educativo se refere muito mais à atividade organizada do que ao espaço físico em si. E, por ser comumente voltada para crianças e adolescentes, essa modalidade precisa contar com um ambiente organizado, uma programação previamente estabelecida e conduzida por educadores e monitores experientes.
Nos acampamentos educativos, os espaços são seguros e envolventes para estimular os participantes a treinarem habilidades sociais, emocionais e cognitivas. Para isso, as atividades típicas envolvem interações diversas, incluindo trilhas ecológicas, esportes, oficinas de artes, ciência, teatro e projetos colaborativos. Entre os benefícios, destacam-se a conscientização ambiental, a resolução de problemas e a liderança, a comunicação e a colaboração, o desenvolvimento da saúde física e mental e, inclusive, melhores índices de bem-estar emocional.
Portanto, a comparação entre camping e acampamento educativo envolve diferenças não só no funcionamento, como também nos objetivos. Em linhas gerais, o camping é uma atividade mais livre e autônoma, enquanto o acampamento educativo é uma experiência estruturada, voltada para o aprendizado, especialmente de crianças e adolescentes.
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Cogitando ambas as possibilidades, é preciso pensar no propósito específico de passar um período com a natureza, seja por meio de uma simples “fuga” de situações do cotidiano ou o encaminhamento de jovens para uma jornada de desenvolvimento.
* Engenheira com um MBA em hotelaria e gestão de serviços, Camila Gaudio é membro ativo da comunidade das 10.000 Mulheres, diretora do Aruanã Acampamentos e vice-presidente da Associação Brasileira de Acampamentos Educativos (ABAE).