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Coletivo afirma que o turismo responsável tem que ser foco durante a COP 30

Com a aproximação da COP 30, deveria estar sendo trabalhado mais roteiros e experiências de turismo responsável no Pará e isso não está acontecendo na prática.

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O Coletivo defende que comunidades e povos tradicionais também tenham voz ativa nesse processo dentro do âmbito do turismo (Foto: Vivenciar)

MUDA! Coletivo Brasileiro pelo Turismo Responsável faz um alerta sobre a imagem que o Brasil e, em especial, a Amazônia irão apresentar ao mundo durante a COP 30, que acontecerá em Belém, Pará, em novembro de 2025. Em meio às denúncias dos preços abusivos das hospedagens e à ameaça de mudança da sede da conferência, o MUDA! reforça que temas básicos como este não podem nos paralisar nem desviar o foco do que realmente importa: estruturar e apresentar um turismo mais responsável, inclusivo e conectado à realidade amazônica.

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“Não podemos ficar reféns de problemas primários e perder a oportunidade de mostrar uma Amazônia viva, diversa e rica em experiências de turismo responsável, com envolvimento real de comunidades e povos tradicionais de todo o Pará”, destaca Tatiana Paixão, presidente do MUDA!.

Para Ana Karolina Jorge, proprietária da Vivenciar Turismo de Base Comunitária, que há mais de cinco anos atua com turismo comunitário no Pará e integra o Coletivo, A COP 30 é a vitrine global que precisamos para fortalecer iniciativas que já existem na região, abrir novas oportunidades e gerar renda e desenvolvimento para quem vive aqui. Mas isso só será possível se colocarmos as comunidades no centro das decisões. Ana Karolina conta que já tem recebido demandas para a COP, mas muitos visitantes não estão fechando os roteiros pois ainda não têm onde se ficar. “Estamos paralisados com uma questão importante, mas também precisamos pensar além das hospedagens”.

Com o objetivo de ajudar a ampliar a oferta de acomodações no período e incluir os moradores locais nos impactos socioeconômicos, a Raízes Desenvolvimento Sustentável e a Diáspora.Black ofertaram recentemente um curso de capacitação gratuita para bem-receber na COP 30, ensinando 50 moradores a transformar hospedagens domiciliares, com orientações sobre hospitalidade e precificação. “É fundamental transformar esse grande fluxo de visitantes em oportunidades reais e de longo prazo para quem mora na cidade e mais precisa. Com a capacitação, queremos ajudar a ampliar a oferta de hospedagens de qualidade, garantindo que mais famílias possam se beneficiar economicamente e que o visitante viva uma experiência autêntica e acolhedora na Amazônia”, explica Mariana Madureira, diretora da Raízes Desenvolvimento Sustentável.

Pela primeira vez na história da conferência do clima, a COP 29 em Baku, em 2024, contou com um Dia do Turismo e com a realização da Primeira Reunião Ministerial dedicada ao tema, reunindo mais de 700 representantes para discutir como políticas de turismo podem apoiar as metas climáticas. O MUDA! espera que o Brasil siga este protagonismo e reforce que turismo é pauta séria também em nossa agenda.

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A pauta do Turismo para a COP 30 está sendo tratada de forma estratégica pelo Ministério do Turismo, dentro do Conselho Nacional de Turismo, do qual o MUDA! faz parte. O Coletivo defende que comunidades e povos tradicionais também tenham voz ativa nesse processo dentro do âmbito do turismo, assim como reivindicaram por meio do documento Declaração do Encontro Regional de Povos Indígenas e Povos e Comunidades Tradicionais do Brasil e da Bacia Amazônica rumo à COP 30, para serem ouvidos em toda a estrutura global da conferência.

A COP 30 pode ser o ponto de virada para reposicionar o turismo da Amazônia e do Brasil como força de transformação positiva, desde que seja responsável, justo e verdadeiramente participativo, acredita Solange Barbosa, vice-presidente do MUDA! e representante do Coletivo no Conselho Nacional de Turismo.

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** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.