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Cultura e Turismo

Produção Associada ao turismo: Pesquisa, memória e preservação

Entenda como a história aplicada ao produto é capaz de agregar valor a uma marca.

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Foto: Cervejaria Uaimií

Estimular o uso compatível do Patrimônio Cultural e Natural é um dos temas a serem discutidos no desenvolvimento do fomento econômico nos municípios brasileiros. Assim, um dos principais usos a ser estimulado é a atividade turística, a fim de promover melhorias socioeconômicas nas cidades e, naturalmente, o resgate e a preservação da memória cultural destes territórios.

Uma das principais metas nesta temática é identificar e intensificar atividades turísticas que promovam a valorização da cultura local, a sustentabilidade dos projetos turístico-culturais, critérios de usos bem como atividades potencialmente sem riscos à preservação do acervo dos bens culturais e naturais. Dessa forma, implementar uma política de trabalho de interpretação do patrimônio. Ou seja, identificar atrativos urbanos e rurais, interpretá-los e criar práticas de resgate, valorização e preservação.

História e a produção associada

Contudo, uma das experiências mais incríveis que já conheci, é a pesquisa histórica da região, aplicada na produção associada ao turismo na atualidade. Em minha militância nas práticas culturais e turísticas, pude contribuir e incentivar a implantação de uma “Cervejaria artesanal”, que garante excelência em sua linha de produtos. Mas principalmente encanta com os rótulos criados para cada sabor, que são muito diferenciados!

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Nesse sentido, o passeio pela história, começa pelo nome, Uaimií – Alto Rio das Velhas no linguajar tupi-guarani. Essa foi a expressão escolhida para batizar a linha de cervejas de fazenda. Representa uma singela homenagem às águas que banham os arredores da Estrada Real, na região central de Minas Gerais entre os municípios de Itabirito e Ouro Preto.

Por lá são produzidos cervejas e chopes nobres como Flor da Lua, Carcará, Saint Hilaire e Chico Rei, dentre outras. Caracterizando a boa qualidade da produção associada da região, garantindo sabores distintos e refinados. Fazem homenagens a personalidades que desempenharam um destacado papel em meados dos séculos XVIII e XIX, passando pela fauna e flora da bacia do Rio das Velhas, berço de importantes e reconhecidos fatos históricos do Brasil colônia. Atualmente, incorporados e preservados como patrimônio fundamental do espírito da marca. 

Ali, literalmente, o sabor tem história. Dessa forma, a cerveja produzida, naturalmente marca presença com qualidade e um recheio especial baseado em pesquisa histórica, dedicação profissional e muito respeito aos que viveram e passaram por ali em outras épocas, contribuindo para a preservação de um legado.

Os rótulos inspirados na história

Aos meus olhos, mais que o sabor cultural das cervejas, chamam a atenção a beleza artística presente em alguns rótulos. Esses merecem destaque, pela leveza e pelo traço sensível de artistas brasileiros.

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Flor da Lua, que representa a flora e o elemento terra, possui características, que envolvem um certo mistério na região do Alto Rio das Velhas. Como espécie rara e noturna, a flor da lua de cacto e de pétalas brancas, desabrocha nas noites de lua cheia. O auge de sua beleza e perfume, duram apenas por poucas horas, murchando logo ao amanhecer;

Foto: Cervejaria Uaimií

Carcará homenageia a fauna da região da Bacia do Rio das Velhas. Representa os ares, como ave de rapina e ao mesmo tempo leve como os ventos das montanhas do Espinhaço, que cortam as Minas Gerais.

Foto: Cervejaria Uaimií

Saint Hilaire marca a passagem do naturalista estudioso e grande crítico dos primeiros anos do império, mas sensível e admirador das riquezas da nossa flora. Esteve por aqui para pesquisar plantas até então desconhecidas no velho mundo.

Foto: Cervejaria Uaimií

Já a de nome Chico Rei, traz a memória de um monarca do Congo. Capturado por traficantes e trazido à antiga Vila Rica em um navio negreiro. Chico Rei foi forçado a trabalhar em troca de sua própria sobrevivência. Sua vida emergiu de um incrível naufrágio, para um novo reinado, sob influência de um aparente e inevitável destino.

Nomes muito interessantes e sugestivos, batizam estes produtos, que chegam a nossas mãos, embalados por verdadeiras obras de arte. Elas encantam, valorizam, agregam valor e contribuem para que a riqueza histórica de Minas Gerais seja perene e acessível a todos que se aventuram no turismo cultural na atualidade.

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** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.