O olhar de quem viu - os bandeirantes do séc. XXI - Uai Turismo
Conecte-se conosco

Cultura

O olhar de quem viu – os bandeirantes do séc. XXI

É fato, que “só é possível conhecer verdadeiramente um lugar ao visitar o seu ponto mais alto, conversar com seu morador mais idoso, experimentar sua comida mais emblemática”.

Publicado

em

Foto: Ubiraney Silva

Amenizado o período crítico da pandemia do novo coronavírus, é chegada a hora de as populações mineiras, redescobrirem a sua terra natal, entenderem a sua cidade, e, principalmente, viajarem pelas riquezas e estradas tricentenárias de Minas Gerais, alfabetizando o olhar, compreendendo a importância do pertencimento e valorizando os atributos que compõem estes territórios.

É muito importante registrarmos em fotos, vídeos, áudios e em outras formas, relatos, sabores e vivências dos moradores e empreendedores locais, a paisagem o relevo, a vegetação, o casario, a gente e os elementos cênicos das diversas rotas turísticas convivendo e vivenciando o modo de vida na zona rural dos municípios de Minas Gerais quase que com a possibilidade de gerar conteúdo para um livro de arte, registrando o “Olhar de quem viu”!

A beleza da lida quotidiana das comunidades ao longo destes percursos, para além de garantir um acervo fotográfico, documental e artístico, ilustrariam certamente, uma bela exposição de cultura, arte e de rotinas e vivências mineiras!  

Quem tem a chance de fazer essa imersão pela realidade do interior mineiro teria, além de uma experiência incrível, uma viagem fotográfica a partir dos registros colhidos nos mais variados pontos, construindo um legado de conhecimento e ímpeto empreendedor para um garantido fomento ao desenvolvimento econômico por meio da valorização das práticas culturais e o aproveitamento disso tudo para o uso como atributos e atrativos para a atividade turística.

LEIA TAMBÉM: Os turistas realmente desejam sustentabilidade?

Imaginem o envolvimento e acolhimento dos moradores dos distritos, das vilas por onde passam os traçados geográficos das rotas e estas são muitas e com um rico acervo natural, histórico, ambiental e cultural, que garantiriam registros mostrando a delicadeza da hospitaleira vida rural e a sabedoria adquirida nas lidas da cultura popular brasileira!

Foto: Ubiraney Silva

Fico pensando a dimensão e a riqueza da produção artesanal e da gastronomia tradicional de nosso estado, como vivem os mantenedores destas tradições gastronômicas, o registro dos modos de fazer, suas variações e a articulação para a preservação dessas receitas tradicionais, verdadeiros ícones da cozinha mineira.

Minas oferece muitas opções em sua diversidade

Com um olhar comercial mais aguçado, daria até para promover cartilhas, joguinhos de dominó, jogo da memória e quebra-cabeças personalizados, por localidade visitada. Sem falar nos imortais postais ilustrados com as imagens captadas nestas andanças e com estas iniciativas mais pedagógicas. Não custa nada capitalizar boas ideias. 

Minas Gerais, sabidamente, é um estado que possui um rico acervo turístico, religioso, paisagístico, cultural e ambiental em toda sua extensão e dar a esses atributos um uso cultural ainda mais intenso utilizando outros formatos e de maneira mais acessível, proporcionaria uma maior visibilidade cultural e turística ao estado sem necessariamente termos que estarmos “in loco” apesar do grande apelo gerado pelas belezas naturais de serras, matas, trilhas, cascatas e cachoeiras.

Alguns buscam contato com a natureza e isso Minas Gerais oferta em abundância, mas também existe o fluxo de pessoas interessadas na riqueza histórica da região central do estado, onde ainda estão muitos traçados dos caminhos utilizados no período imperial, trechos da famosa Estrada Real.

Por ali, quem se joga nessa aventura, a cada passo se depara com um monumento erguido na época do ciclo do ouro, com os marcos da Estrada Real e de outras rotas já traçadas, tendo diante dos olhos a deslumbrante vastidão formada por montanhas, casarios, rios, pontes e outras construções surgidas em outras épocas.

LEIA TAMBÉM: Produção cultural: fomento x inércia

Eu particularmente, tenho a sorte de conviver diariamente com as visões deslumbrantes da cadeia do Espinhaço, mais especificamente nos arredores da Serra do Gandarela, hoje um Parque Nacional.  

A região apresenta extensos e diversos ambientes naturais, em sua grande maioria bem preservados e apresentando feições de relevo de enorme beleza, notáveis também sob o ponto de vista geomorfológico, afinal sou um geógrafo e valorizo muito estes aspectos.

Foto: Ubiraney Silva

Só o fato de a região ser o último fragmento significativo de áreas naturais em bom estado de conservação dentro do Quadrilátero Ferrífero, já geram subsídios suficientes para aguçar a curiosidade de muitos exploradores, potenciais turistas e estudiosos.

Pensem na riqueza da experiência de ver de perto, remanescentes de Mata Atlântica semidecídua, conhecer a vegetação de campos rupestres sobre canga e sobre quartzito, um verdadeiro luxo, em transição com formações do Cerrado. Uma riqueza receber as informações sobre estes efeitos e sobre estas nuances da natureza. É tudo muito nobre, emocionante e belo!

Além do turismo, um potencial científico

E olhem que não citei ainda as características que se somam a abundância de nascentes, rios, cachoeiras e lagoas. Além do potencial para o turismo, pelas suas características tão singulares, essa área de Minas Gerais, apresenta um enorme potencial científico.

LEIA TAMBÉM: Navegando rumo ao sucesso: estratégias para captar recursos financeiros no setor do turismo

São muitos os frutos culturais a serem colhidos por onde se anda em Minas Gerais e o que pretendemos hoje é aguçar nossos leitores para que este todo este acervo se erga sob o olhar especial de suas comunidades, dos moradores das mais diversas localidades.

Quem sabe você se anima a ser mais um desbravador do modo de vida tradicional das comunidades mineiras e se joga em uma destas aventuras culturais. Quem sabe não nasce um novo conceito para os “Bandeirantes do Século XXI”, com o suporte da tecnologia, da informação mais rápida e com a possibilidade real e compartilhar estas boas experiências?

Vamos pensar no assunto?

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.