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Estruturando uma rota turística

Entenda o processo de construção de uma rota turística levando em consideração o turismo de base comunitária.

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(Foto: Ubiraney Silva)

Levando em conta que o turismo é uma das atividades que mais cresce na atualidade e trazendo foco para o valor da força geradora de fluxo econômico, que esta atividade possibilita como fonte de renda para empreendedores e prestadores de serviços, fica bem evidenciada a eficiência de pensarmos na estruturação de destinos turísticos, que possam ser trabalhados, proporcionando vivências, experiências e sensações das mais diversas para os turistas em âmbito nacional e até internacional.

Avaliando superficialmente o mercado de viagens, fica evidente a eficácia do setor na economia do país, que apresenta números significativos de trabalhadores empregados nos mais variados postos formal ou informalmente. Segundo informações do Ministério do Turismo, o setor gerou algo próximo a 100 mil empregos só em 2023, conforme dados do CAGED – Cadastro Geral de Empregados e Desempregados.

No entanto, se é que a atividade turística é mesmo um fator de desenvolvimento das comunidades, torna-se muito importante que existam iniciativas de planejamento participativo, promovendo ações e projetos ajustados às realidades locais.

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Neste sentido, ter neste contexto a aproximação das comunidades, é um fator primordial e inevitável. Esta é a mola propulsora do sucesso de qualquer proposta de desenvolvimento turístico de territórios.

O bom deste comportamento é que como a atividade turística, na maioria dos casos se apoia basicamente nos segmentos cultural, gastronômico, eventos, aventura, rural e entretenimento e isto, viabiliza a organização das atividades turísticas para fins de termos um rumo certeiro de planejamento e dos processos de gestão.

Para tanto, é fundamental definir os segmentos e vocações dos lugares a serem trabalhados, observando os principais elementos de identidade da oferta nestes pequenos núcleos. Bom lembrar que se a proposta de trabalho é comercialmente séria, as características variáveis da demanda também devem ser criteriosamente estudadas e consideradas.

Como a cultura e suas manifestações têm papel importante neste processo, é necessário que se observem as práticas culturais, as tradições dos lugares, as manifestações de fé, as áreas de interesse das comunidades e não menos importantes, a observação é necessária também para os aspectos geográficos, históricos, arquitetônicos, sociais e por aí vai.

Atualmente tenho circulado por muitos destinos, estruturados e não estruturados e pelo exercício diário da gestão cultural e turística, tenho percebido aguçado o meu olhar para a infraestrutura dos lugares e para a prestação de serviços disponíveis, sejam nos serviços de alimentação, meios de hospedagem, acessos, transporte, sem esquecer de correr os olhos na infra de saúde, educação, urbanismo, dentre outros segmentos.

Tenho me policiado também para um vício segmentado, que é, insistentemente observar o perfil dos consumidores, que frequentam os mesmo lugares e ambientes que ofertam práticas culturais e turísticas em que estou.

Minha cabeça vai longe quando, em algum ambiente diferente, literalmente viajo tentando descobrir qual foi a motivação das pessoas para sua tomada de decisão em frequentar aquelas ofertas.

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O bom e bem saudável a meu ver, é que tenho visto que a oferta tem sido, na maioria das vezes, bem diversificada em muitos lugares, com características e possibilidades múltiplas em um mesmo ambiente. Isso é prático e em alguns casos, inovador.

Uma nova rota turística para Minas Gerais

Neste momento, estamos profissionalmente encerrando um ciclo de estruturação de uma Rota Turística em Minas Gerais, que perpassa os municípios de Rio Acima, Itabirito, Ouro Preto e Santa Bárbara e nos últimos três anos, eu e minha equipe nos dedicamos a identificar, estruturar e promover uma rota de lazer baseada nos aspectos da cultura, da gastronomia, do turismo de aventura, mas ofertando também atividades diversificadas para o entretenimento, promoção humana e até qualificação profissional.

Posso dizer, que foram períodos muito prazerosos, trabalhando na estruturação do turismo de base comunitária. O turismo de base comunitária, segundo MITRAUD, 2003, é “o turismo realizado em áreas naturais, determinado e controlado pelas comunidades locais, que gera, predominantemente, benefícios para esses povos e para a conservação da biodiversidade”.

É importante envolver a comunidade na construção de uma rota turística. (Foto: Ubiraney Silva)

Este ramo do turismo, promove também um papel importante quando se propõe a contribuir com o desenvolvimento local com sustentabilidade.

Os impactos positivos, aqui e acolá, demoram um pouco, mas de repente aparecem, bem vigorosos e com a contribuição indispensável de “stakeholders” e das parcerias locais, que tem sempre como contribuir no fomento de propostas neste sentido.

Naturalmente, que isso não acontece sem os processos e a compreensão sobre a importância da valorização da cultura, do meio ambiente, da sinergia com a sociedade local, porque é por estes caminhos, que se consegue estabelecer as possibilidades econômicas para as comunidades.

É uma satisfação enorme, quando certificamos, que o potencial turístico dos lugares foi percebido e reconhecido. É um despertar para o futuro, quando sentimos que a identidade local está fortalecida e servindo de base para a expansão de negócios com potencial turístico.

Minas Gerais e outros estados brasileiros, recebem uma gama enorme de iniciativas neste sentido e isso ficou muito evidente na última edição do Festival de Turismo de Gramado, realizado em novembro passado, quando só o estado de Minas Gerais, lançou 3 novas rotas turísticas, agora disponíveis para o mercado brasileiro.

Uma coisa que podemos avaliar como positiva, tem sido a aproximação das empresas, que cobradas pela legislação ou pela necessidade de promover o desenvolvimento local como fonte para o alcance do licenciamento dos seus empreendimentos, vêm promovendo investimentos que por meio do turismo alavancam os caminhos para o desenvolvimento das comunidades.

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Com isso e com a evidência comercial da atividade turística, temos visto equipamentos mais qualificados, produtos se consolidando para o mercado, o empreendedorismo e o associativismo cada vez mais incentivado e, ainda que em pequena proporção na maioria dos casos, o desenvolvimento turístico, cultural e econômico de inúmeras regiões vem de fato acontecendo.

Continuem nos acompanhando por aqui, porque nas próximas publicações, apresentarei para vocês um pouco do mais novo destino organizado em Minas Gerais, a Rota Turística Jaguara!

Esta Rota Turística, está inserida nos roteiros “Entre Trilhas Sabores e Aromas, Entre Serras da Piedade ao Caraça e Entre Cenários da História”, trabalhados no mercado nacional pelo Circuito Turístico do Ouro.

A Rota Turística Jaguara é o mais novo produto disponível para o seu lazer e merece ser conhecido.

Acompanhe por aqui e prepare sua mala para uma viagem inesquecível.

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** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.