Gastronomia
De francês a ucraniano: a diversidade étnica da gastronomia curitibana
Curitiba busca um lugar de destaque no turismo gastronômico brasileiro e nós destacamos um grande diferencial.
Não é pretensão dizer que Curitiba tem uma das cenas gastronômicas mais interessantes do Brasil. Ao mesmo tempo, a cidade busca seu lugar de destaque aos olhos do consumidor ávido por chefs celebridades, restaurantes estrelados e, claro, boa comida para compartilhar os melhores momentos.
Falar de origem culinária, de tradição, não é uma novidade para cidades que muitas vezes são movidas por ingredientes, receitas, modos de fazer que se perpetuam, fazem história e atraem turistas curiosos e cada vez mais exigentes por experiências transformadoras em suas viagens.
Originalidades
Estados como Minas Gerais, detentor de uma infinidade de rótulos culinários que nos levam as mais diferentes atrações e origens; ou ainda o Espírito Santo com a moqueca, sabem bem o poder que tem reverenciar a culinária local. Assim como acontece com o Sururu Alagoano, o Aratu Sergipano, o Churrasco Gaúcho, as ostras Catarinenses, a feijoada carioca e muitos outros.
De outra banda, destinos como São Paulo, por sua história de imigração contínua, inicialmente alemã, fortemente italiana e depois de todos os lugares do mundo, dificilmente consegue determinar algo como típico daquele lugar. Ao mesmo tempo que consegue apresentar ao mundo o melhor da culinária mundial. Da Famiglia Mancini ao Mocotó, São Paulo é para todos os gostos, sabores e etnias.
Gastronomia curitibana e a culinária de Imigração
Nessa esteira, a meu ver, aparece Curitiba. Com uma cena gastronômica invejável, na qual inclui restaurantes premiados nacionalmente, chefs premiadas internacionalmente e uma diversidade étnica dificilmente encontrada em muitos lugares do mundo. É possível em poucos quilômetros conhecer mais de um bar ucraniano como o Ukra Bar e o Barbaran; cantinas italianas como a Porcini Trattoria, La Campesina, Mama Carmela; os italianos contemporâneos Carlo Ristoranti, Madá Pizza e Vinho; ou uma casa portuguesa como o Alonso’s, Mercearia do Português; ou Ibérica, como o Restaurante Ibérico; sem falar na culinária dos colonos europeus que formou o bairro de Santa Felicidade com frango e polentas.
Um restaurante sempre me chamou atenção em Curitiba. Com 70 anos de fundação, o “Ile de France” se tornou um símbolo da “alta” gastronomia curitibana. As mais tradicionais receitas francesas são servidas há décadas para um público exigente e repleto de referenciais. Mas como chamar um tradicional restaurante francês de símbolo de uma cidade brasileira? Ou um italiano? Ou um polonês?
De origem determinada
Embora a cidade tenha pratos que são de origem determinada, como a “carne de onça”, ou seja um tartar (francês) em cima de uma broa (pão integral/centeio, também de origem estrangeira: alemã, russa, escandinava), fato é que Curitiba pode oferecer ao mundo uma diversidade culinária de imigração. Um turismo gastronômico que nos leve a viajar por diversas culturas, pela história, pela vinda de poloneses (1871) a maior diáspora da etnia no mundo, perdendo apenas para Chicago, nos Estados Unidos.
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É preciso comunicar o turismo do trem da Serra Verde, dos parques botânicos, da capivara a essa gastronomia e ocupar seu lugar de protagonismo na culinária étnica de imigração. Franceses, poloneses, ucranianos, alemães, e os povos originários que estiveram por aqui, podem formar um interessante menu de oportunidades. Pense Nisso!
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