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O turismo estranho, o excêntrico e o esquisito

Conheça experiências turísticas que podem ser consideradas excêntricas aos olhos de muitos, mas que atraem um grande número de visitas

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Alcatraz, na Baía de São Francisco na Califórnia, Estados Unidos. Inicialmente foi utilizada como base militar, e somente mais tarde foi convertida em uma prisão de segurança máxima (Foto: iStock)

Antes de falar sobre turismo estranho, excêntrico e esquisito, o que diz o Dicionário Aurélio:

Estranho:

Etimologia (origem da palavra estranho). Do latim estraneus.a.um.

Que não se conhece; que apresenta mistério; que tende a ser enigmático; desconhecido: vi um objeto estranho.

Que provoca espanto; espantoso: hábitos estranhos.

Que, de certa maneira, foge às normas estabelecidas: comportamento estranho.

Excêntrico:

Etimologia (origem da palavra excêntrico). Do latim excentricus.a.um.

Que não se enquadra em padrões considerados normais; que pensa de modo extravagante.

Que distancia ou se extravia do centro; localizado de modo externo ao centro; que não possui nem compartilha o mesmo centro.

substantivo masculino

Pessoa que se comporta ou pensa de maneira incomum, extravagante.

Esquisito:

Etimologia (origem da palavra esquisito). Do latim exquisitus.a.um.

Feio; de aparência desagradável: animal esquisito.

Inexplicável; de difícil explicação: que situação esquisita!

Refinado; que expressa refinamento: refeição esquisita.

Raro; que não se encontra facilmente.

Assim, podemos adjetivar alguns comportamentos, interesses e buscas de turistas em geral. Costumo dizer que uma das grandes motivações de viagens são as possibilidades de conhecer o diferente. Desde que o mundo é mundo, a curiosidade move os seres humanos. Afinal, não consigo pensar em outra razão, que não fosse curiosidade, que fizesse alguém parar e pensar:

– Será que realmente o mar acaba na linha do horizonte?

– Como será que uma árvore gera fruto?

– Como acontecem as mudanças das estações ao longo do ano?

– Será que estamos sozinhos no planeta?

Mas, o que isso tem a ver com turismo e inovação?

A curiosidade está intrínseca aos dois temas, e, em relação ao turismo, ainda vem acompanhada por uma necessidade de novidade. Com o advento da globalização e avanço tecnológico, permitimos o encurtamento de distâncias, facilitamos o acesso à informação e criamos novos aparatos e ferramentas tecnológicas que influenciaram diretamente no comportamento e nos desejos dos turistas.

Assim, turistas passaram não só a ter mais autonomia e confiança para buscar viagens, como também passaram a ter possibilidade de buscar experiências fora dos tradicionais produtos e serviços turísticos ofertados em pacotes e roteiros previamente elaborados.

Isso significa que tornou-se possível dar um “toque” particular à viagem, despertando um novo leque de oportunidades aos destinos e incentivo a diversificação da oferta local.

Daí passam a surgir então as oportunidades de apresentar excentricidades, estranhezas e esquisitices mil. Importante destacar aqui que não há qualquer juízo de valor, eu mesma tenho minhas estranhezas em viagens.

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Entre excentricidades, estranhezas e esquisitices, estão roteiros que envolvem visita a locais de risco natural, como vulcões, mergulhos em minas desativadas, pernoites em acampamentos inóspitos, viagens à cenários de programas de televisão que colocam à prova a sobrevivência humana, seja por altíssimas ou baixíssimas temperatura, dificuldade em encontrar alimento, risco de predadores, entre outros. 

Nova Orleans, nos Estados Unidos possui uma herança cultural em torno de práticas vodu (Foto: Pixabay)

Na lista, seguem casas, cidades, equipamentos diversos considerados mal-assombrados, à exemplo dos tours em Nova Orleans, que possui uma herança cultural em torno de práticas vodu, e que teve a fama ampliada após o Furacão Katrina. Idas a cemitérios, seja para visita à túmulos de personalidades, admiração dos estilos de obras e construções, ou mesmo, participação em alguma atividade local, como realização de festivais de cinema de terror. Cenários de crimes, como roteiros pautados na vida e modus operandi de serial killers, à exemplo da rota sobre Jeffery Dahmer, o canibal de Milwauke. E penitenciárias, uma das mais visitadas inclusive é a Penitenciária de Alcatraz, nos Estados Unidos, desativada em 1963.

Sei que muitos destes pontos são polêmicos e, a depender da experiência, podemos ferir muitos envolvidos. Afinal, como lidar com o luto de famílias e demais envolvidos nos temas que despertam tanta curiosidade nas pessoas? Exemplo disso são as críticas constantes de turistas que fazem fotos “felizes” em memoriais e espaços de luto, como campos de concentração abertos à visitação, museus que tratam de temas como holocausto, loucura e tortura, além de memoriais como o construído em alusão às vítimas do 11 de setembro.

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De forma mais leve, existem ainda turistas que buscam vivenciar experiências como dormir em lugares inusitados, como quartos em encostas de serras e montanhas, iglus no meio do gelo, que diz muito mais sobre o limite entre coragem, risco e juízo, ou falta dele, para muitos.

Porém, de todos os perfis, o que me surpreendeu ao ler pesquisas sobre tendências e comportamento do turista, foi o crescimento das buscas por experiências para, literalmente, dormir! O recém chamado Turismo do Sono, uma das experiências que está como tendência, que nos faz refletir sobre o caminho que estamos trilhando.

Iglu para glamping em meio à mata (Foto: Freepik)

Segundo dados da HTF Market Intelligence, o Turismo do sono impactou o setor em pouco mais de 640 bilhões e envolve desde cardápio de travesseiros, passando por oferta de massagens, preparos especiais nos quartos, restrições ao uso de celular, tudo para que o visitante possa desfrutar de momentos de descanso efetivo. A demanda se intensificou no período de pandemia e deve contribuir crescendo tendo em vista o modo de vida acelerado que vivenciamos.

Todas estas possibilidades e propostas só reforçam o fato de que turismo é atividade dinâmica e que precisa ser planejada, organizada e promovida da mesma forma. Assim, cada vez mais teremos novidades, mudanças e o constante desejo de viajar para lugares novos, ou retornar para destinos que nos encantam e surpreendem a cada visita.

E você? Já parou para pensar nas próprias estranhezas, esquisitices ou excentricidades quando viaja?

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** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.