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Turismo e Gastronomia

Ainda acanhados eventos turísticos investem em corredores gastronômicos

Entenda como os corredores gastronômicos têm virado tendência no turismo de experiência.

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Foto: Freepik

Quando se fala em tendências no turismo, aparecem diversas novas nomenclaturas, junções de comportamentos do consumidor para justificar novos empreendimentos. Sem falar em outras classificações que nem mesmo quem trabalha todos os dias na área entende. E assim surgiram os Glampings, Bleasures, Luxurys e por aí vai. Por outro lado, parece que fazer o simples, olhar para trivial que move de fato o turismo, tem se tornado tendência. E isso está acontecendo com os corredores gastronômicos.

Nos recentes eventos de turismo pelo Brasil percebi que algo não muito novo tem ganhado mais espaço: a gastronomia local, regional. Roteiros turísticos quase que artesanais, muitas vezes criados por pequenos empreendedores, em lugares ainda pouco turísticos, tem aparecido em destaque.

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A percepção é que esses empresários tomaram a frente de uma microtendência fruto de meses pandêmicos: as viagens regionais. Nunca se falou tanto no interior turístico do Brasil. Afinal, o interesse maior sempre esteve mais voltado ao turismo de massa, nos ônibus lotados de turistas “exploradores de destinos”, o que parecia mais lucrativo.

As mudanças evidentes no turismo que marcam essas tendências e que vieram para ficar vão de encontro a esse comportamento “explorador”. Cidades como Brumadinho-MG, Jaranda-PR, Blumenau-SC ou Xingó-AL têm muito a oferecer e podem aproveitar a novidade para se tornarem protagonistas de um novo turismo brasileiro.

O que as cidades do interior oferecem?

Então o que oferecer nessas cidades do interior a esses “novos turistas” que buscam lugares com plena natureza, encontros mais tranquilos em família ou amigos, sem se importar com agitados centros turísticos, feirinhas lotadas, ou até mesmo a proximidade de shoppings?

Boa comida!

Sim, esses “novos turistas” tem sido levados para as cozinhas de fazendas, para vivências nas casas dos produtores, em cozinhas experimentais, para provar a melhor galinha caipira de Goiás ou bebericar onde foi fabricada a primeira cerveja bock do Brasil em Blumenau.

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É a cozinha o ponto de partida para muitos recomeços. No desemprego repentino, é a cozinha que empreende. Boleiras, doceiras e donos de outros quitutes tiveram na cozinha da própria casa uma nova chance. E se os tempos sombrios da pandemia nos ensinou algo, é reinventar e recomeçar.  

É muito bom prever tendências. É uma forma de direcionar uma atividade econômica, entretanto, é ainda mais gratificante ver que essa tendência estava bem aqui, do nosso lado, noutro cômodo da casa. O segundo passo é profissionalizar e divulgar tudo isso.

E talvez seja esse o momento, o reconhecimento de políticas públicas municipais de promoção do turismo que vêm valorizando a gastronomia regional como fomentadora de uma “nova economia” pós pandêmica.

Os corredores gastronômicos se transformaram em experiência

E o reflexo disso seja agora os – não novos – mas sim movimentados corredores gastronômicos em feiras e eventos, muitos deles com produtos que só existem em determinadas cidades do interior, muitos deles protagonistas do próprio turismo local, como a linguiça Blumenau, os queijos da Serra, o leitão de Jaranda, a Cerveja de pitaya da Zalaz, o biscoito de polvilho de Cocalzinho de Goiás ou o café vegano das pousadas de Gonçalves-MG.

Na Expoturismo Paraná, por exemplo, um corredor inteiro para a gastronomia do estado, com cozinheiros preparando pratos típicos. Na Abav Expo em Recife, o chef Lui Veronese, do restaurante Cozinha do Cavaleiro na Chapada dos Veadeiros-GO, preparou risoto com pequi para quem nunca esteve no centro-oeste do Brasil.

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Dessa forma, apresentações espetaculosas de chefs locais renomados tem transformado os encontros em feiras e eventos em cozinhas-show e por que não dizer numa experiência? Os visitantes se entregam a história, aos sabores e aromas, as delícias do turismo daquele lugar.

Turismo gastronômico faz diferença na economia de um destino. Que as feiras e eventos compactuem com isso sem medo. Que essa tendência, reconheça que tendência mesmo é aquela que consegue transformar a vida das pessoas e o turismo de um lugar. Pense nisso!

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.