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Turismo e Gastronomia

Por que você deveria conhecer Portugal com seus pais?

Um destino acolhedor que transforma a história em poesia.

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Foto: Acervo pessoal Thiago Paes

Lembro-me de uma faixa no meio da multidão no carnaval do Rio de Janeiro que dizia: “Se organizar direitinho, cabe todo mundo em Lisboa”. Aquela frase me fez refletir sobre muitas coisas. Já pensou quanto de Portugal é Brasil? E quanto Brasil cabe em Portugal? Quando estive a primeira vez por lá, a sensação que eu tinha era de estar visitando a casa dos meus pais ou avós.

Lisboa

Do Aeroporto Humberto Delgado ao bairro do Príncipe Real, em Lisboa, o simpático motorista fez um resumo político das últimas décadas e a ascensão de turistas na cidade, principalmente brasileiros. Do lado de fora, uma cidade que aparentemente eu já conhecia. Às vezes me lembrava o centro do Rio de Janeiro; às vezes os monumentos de Recife; às vezes os parques de Porto Alegre… era pura poesia.

Foto: Acervo pessoal Thiago Paes

Acima do Bairro Alto, o Príncipe Real. E eu fiquei completamente boquiaberta com a visão do miradouro de São Pedro de Alcântara. Lá estava ela: Lisboa e seus telhados ensolarados, poeticamente aglomerados. estava eu admirando a terra de Fernando Pessoa, de Saramago, de Camões e todos os outros escritos e escritores. Pessoa escreveu inclusive um guia turístico, indicando lugares onde o turista deveria ir.

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Foto: Acervo pessoal Thiago Paes

Fiquei no lindíssimo, e à época recém-inaugurado, Memmo Princípe Real, um hotel boutique com a mesma visão do miradouro que eu acabava de conhecer. Os traços retilíneos e as paredes revestidas de madeira, com pouquíssimos quadros, contrastava com a Lisboa do meu imaginário infantil repleta de azulejos azuis e brancos. Eu tinha muito a descobrir. Então, um vinho – português – para começar a noite que comigo acabara de chegar.

Foto: Acervo pessoal Thiago Paes

A rua D. Pedro “V” fervia em bares, restaurantes e lojas design. O primeiro que conheci foi “A Cevicheria” do chef Kiko Martins, que na bagagem tem a trajetória de ter largado tudo para dar uma volta ao mundo. Começou com uma missão em Moçambique, na África. E daí passou por países como Índia, Japão, Peru, Nepal, Chile, Brasil, ao todo foram 26, o que lhe trouxe diferentes influências. Seus restaurantes chamam: “O Asiático”, “O Poke”, “O Talho”, “O Boteco”. De repente eu estava no Bairro Alto, repleto de bares e restaurantes em prédios históricos, e pensei: meu avó Zé Pedro gostaria de conhecer isso aqui.

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Outras vezes em Portugal

E desde então, fui uma dezena de vezes a Portugal: Sintra, as histórias do Castelo da Pena e a lindíssima região de Azenhas do Mar. O Convento de Mafra. Uma tarde em Évora, no Alentejo. Ericeira. Aveiro. Montemor-o-novo e o elegante Hotel Land Vineyards. Em Coimbra tem um bairro chamado Penedo, que por aqui é nome de cidade batizada por Dom Pedro. E ainda tem Guimarães, Braga.

A cidade do Porto, eu voltei várias vezes para ter certeza de que aquele lugar era realmente incrível. Tranquilo, boêmio, berço de tradições. Um lugar simples, simplesmente lindo. Do outro lado da ponte: Vila Nova de Gaia.

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Foi num passeio pelas herdades do Alentejo que eu conheci o Sr. Carlos Ribeiro, Guia de Turismo que faz roteiros por todo o país. Na pandemia me mandou mensagem todos os dias, como quem cuida de um filho. E depois de algumas idas a Portugal, eu já era realmente da família. Quando fomos jantar na casa do Carlos e da Tita, sua mulher, eles nos receberam com tanto carinho, com tanto amor, que Portugal inteiro cabia no meu coração. Eles vão morrer de vergonha de ler isso, e de orgulho.

Portugal é assim, vai se apresentando pra gente como um parente que nos viu crescer. E a gente aprende e ensina para aquele parente. E a gente entende que bom mesmo é ter história e identidade, aquela coisa que dá vontade de voltar pra casa. Coisas que moram na língua, na cultura, na alma. Eu poderia fazer uma lista de dicas de lugares para você conhecer com seus pais, ou avós. Mas prefiro te dizer que essa é uma viagem de resgates, de reencontros e de poesia. Não é isso que a gente busca na casa dos nossos pais? Bom almoço, Feliz Dia.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.