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O que esperar do turismo com a guerra em Israel

Entenda como o mercado que atua no turismo no Oriente Médio está enfrentando a guerra que acontece entre Palestina e Israel.

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Muro das Lamentações em Jerusalém (Foto: Go Israel)

O que podemos esperar do turismo com a guerra em Israel? E como está a situação para o turismo no Oriente Médio? Em uma guerra, onde há tantas mortes e destruição, não há ganhadores. Além dos impactos mais óbvios e imediatos, existem ainda aqueles secundários, mas que fazem a população continuar a sofrer no longo prazo, como escassez de produção e desemprego, por exemplo. Quando se pensa em turismo, o dano econômico é um dos maiores. Pois impacta as empresas que recebem no destino, e aquelas que enviam turistas para a região de conflitos.

Israel, Egito e tantos outros destinos do Oriente Médio vinham em franco crescimento no setor. Israel conseguiu se posicionar não apenas como destino religioso que agrada a católicos e protestantes, mas também como destino de badalação. Afinal, Tel Aviv é uma metrópole agitada e com uma das noites mais cobiçadas do público jovem, que fica a pouco mais de 90 km da Faixa de Gaza.

Vista de Tel Aviv fora do período de guerra (Foto: Go Israel)

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Os ataques e o impacto no turismo

Não à toa, provavelmente, o primeiro dia de ataques do Hamas aconteceu em uma festa eletrônica que acontecia próximo à Faixa de Gaza com milhares de jovens, não apenas israelenses, mas de várias partes do mundo.

De acordo com Enio Stelmach, Diretor de Marketing da keli Tours, receptivo turístico que fica em Israel: “o turismo caiu completamente em Israel, e segundo alguns colegas do setor, destinos do Oriente Médio também já estão prejudicados. O impacto no setor é grande e, tanto grupos quanto passageiros individuais já estão com suas viagens adiadas.” Para Stelmach, que vive em Israel, a decepção com o governo do Brasil também é grande: “Lamento o posicionamento do governo Lula que não consegue discernir um grupo terrorista que cometeu uma chacina contra inocentes, crianças, idosos e que estupra mulheres, de um movimento de libertação. Erro histórico está cometendo o governo do Brasil”.

Entretanto, ele conclui: “Muitos países do ocidente estão do lado de Israel. O governo do Brasil está infelizmente na contramão, diferentemente das inúmeras mensagens que chegam de apoio e suporte do povo brasileiro, amigo de Israel e que está apavorado com as atrocidades do Hamas”. Ele agradece aos inúmeros amigos que possui no Brasil e em Minas Gerais, que lembram ainda quando Israel foi em socorro quando passaram pelo desastre da barragem em Brumadinho.

Egito, Irã e outros destinos no Oriente Médio

Já o Egito, destino que vinha se configurando como queridinho dos brasileiros e mostrando muito mais do que as pirâmides, também sofre com o conflito. E certamente já colhe os impactos econômicos e turísticos da guerra. Sem falar de outros destinos também amplamente visitados, como Irã, Dubai e outros.

Outro fato relevante a se considerar, é a nova imagem que o turista constrói internamente. E essa imagem se perpetua por destinos que muitas vezes nem são impactados pelos conflitos. Isso acontece porque para quem está no ocidente ainda é difícil entender territorialmente e geopoliticamente como a guerra se desenha, e até onde ela chega.

Clayton Araújo, Gerente Comercial Brasil da Europamundo que opera anualmente levando milhares de turistas para o Oriente Médio, diz que: “uma guerra nunca é bom para ninguém, gera insegurança e consequentemente impacto no turismo. A guerra de Israel, por enquanto, só afetou os embarques para Israel, todos já cancelados há 2 semanas. Já para os outros países os embarques estão mantidos. Ucrânia e Rússia sofrem a mesma situação. A Europamundo não está operando a Ucrânia por questões de segurança. E a Rússia, mesmo aberta para turistas, teve uma queda muito significativa nos embarques”.

Para Ana Santana, Diretora de Geral das empresas Schultz, que atua fortemente na operação de viagens nacionais e internacionais: “a maior questão não é a diminuição das vendas, mas sim o impactos nos passageiros já agendados para viajar. Afinal, outubro, novembro e dezembro são meses bastante procurados na região do Oriente Médio, porque as temperaturas estão mais amenas. Tínhamos vários grupos agendados para Israel, e temos trabalhado no sentido de incentivar a remarcação das viagens e não o cancelamento. Mas, claro que é possível também escolher um outro destino. Entretanto, os países vizinhos estão recebendo turistas normalmente. Inclusive, nesse momento temos um grupo de 20 passageiros fazendo uma viagem pelo Irã, sem problemas. A mesma coisa acontece no Egito, temos grupos viajando por lá que estão realizando os passeios com tranquilidade. Portanto, alguns passageiros preferem remarcar, outros esperar e outros ainda, o reembolso”.

Turismo e guerra não combinam

O setor do turismo não apenas precisa de paz para acontecer, mas também estimula a paz nos territórios. É fato que, além dos países que ainda não viram os grandes impactos da guerra em seus territórios, Israel é um país que oferece muitas opções de turismo para diversos tipos de público. Ainda não vimos nenhum ataque aos grandes atrativos do país, mas o medo persiste. Inocentes de ambos os lados, e nem a humanidade, podem ser vítimas de ataques que destroem vidas, e com elas a nossa história.

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** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.