Sua História
Barraca de Niemeyer
Eu não sei qual é a relação de vocês com acampamento, mas eu, particularmente, adoro. Mesmo com os perrengues. E essa é a história de um deles.
O ano era 2019 e eu tinha o trabalho de campo de uma disciplina para fazer em que iríamos acampar uns dois dias. Para quem não sabe, trabalho de campo são viagens da faculdade que são fundamentais para o aprendizado de determinadas disciplinas. Pois bem, nessa disciplina faríamos um campo de 4 dias e a barraca de fazia essencial.
Na época eu não tinha uma barraca própria, mas tinha um primo aventureiro e pedi emprestada. Até aí, tudo bem.
Eu montei a barraca em casa antes de sair e parecia estar tudo certo. Vi que tinha um pequeno remendo mas não achei que fosse ser um problema. Outra coisa que eu deixei passar é o fato da barraca não ser impermeável.
LEIA TAMBÉM: Estreia “Sua história”: um (desas)sossego de pousada
Quando chegamos no local do acampamento, no meio do cerrado, uma deliciosa chuva de primavera nos surpreendeu. Se você já tomou uma chuva no cerrado, você vai me entender: os pingos doem! Mas mesmo com a chuva querendo deixar marcas na nossa pele, fomos lá tentar montar nossas barracas. A galera parecia estar conseguindo bem, também achei que seria fácil.
Os pingos pesados também vinham acompanhados dê muita ventania, mas mais uma vez, eu achei que não seria um problema. Lembra daquele pequeno remendo que comentei lá atrás? Ele se mostrou um incômodo maior que o esperado na hora de tentar montar a barraca. No meio do caos com chuva e vento, o remendo saiu e a barraca ficou completamente torta. Mas eu sou brasileira e insisti. Não durou muito, pois logo percebi, na prática, que a barraca não era impermeável e já estava começando a molhar todas as minhas coisas.
LEIA TAMBÉM: Domingo em Belo Horizonte: Aproveite o Centro
Por um momento o desespero tomou conta de mim, o que eu ia fazer para dormir? Mas conseguiram uma vaga para minha barraca na varanda da casa, embaixo da marquise. O que me livrou de tomar chuva. Mas impediu o vento de me pegar. O local que havia restado para me estabelecer era bem na esquina, o que só se mostrou ser um problema quando voltamos da trilha no final do dia e a minha barraca quase havia sido levada pela ventania. E assim ela foi carinhosamente apelidada de “barraca de Niemeyer”, pelo formato moderno que ostentava.
História enviada por Iolanda Loiola
Você tem um perrengue de viagem, uma experiência da sua viagem dos sonhos ou um bastidor do seu trabalho com turismo? Envie sua história para redacaouaiturismo@gmail.com e ela pode ser publicada aqui.
** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.