Cultura
ESG e turismo: a revolução sustentável nos negócios turísticos
Vale a pena investir nas práticas de ESG no setor do turismo? Venha fazer essa reflexão comigo.
A sigla ESG – “Environmental, Social and Governance”, se firma como referencial para o universo corporativo e a cada ano que avançamos no calendário, mais e mais, ela se alastra como uma orientação para um novo comportamento empresarial, orientando as práticas ambientais, sociais e da governança em negócios de toda natureza.
Para muitos, a sigla, que traduz as políticas de meio ambiente, responsabilidade social e governança, ainda é pouco conhecida. O ESG se faz mais conhecido nos círculos especializados. Mas fato é que mais dia menos dia, todos os segmentos de mercado estarão antenados e orientando suas investidas comerciais com o amparo das práticas ESG. E é muito simples entendermos o porquê, já que a maioria dos negócios e especialmente os negócios em torno da atividade turística, envolve pessoas e o meio ambiente.
Aprendi nas aulas que frequento de um MBA em ESG, que esta terminologia nasce ainda nos primeiros cinco anos da década de 2000, a partir das publicações do Pacto Global, naturalmente, que com o olhar atento do Banco Mundial, com a pegada do “Who Cares Wins”, ou seja “Quem se importa, ganha”.
Daí pra frente, o mercado moderno de negócios, ficou atento aos critérios ESG, mesmo porque, estes estão amplamente relacionados aos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), estabelecidos pela ONU – Organização das Nações Unidas, claro que, pelo Pacto Global.
Também frequentando as aulas do MBA em ESG, ficou claro, que a atenção ao ESG, ou às políticas de meio ambiente, responsabilidade social e governança, nos encoraja a enfrentar uma verdadeira jornada de transformações dos negócios, com parâmetros, paradigmas e visões infinitamente mais modernas, desprendidas, induzindo a construção de ambientes mais inclusivos, éticos, ambientalmente sustentáveis e principalmente, que garantam a todos, o direito e o acesso à qualidade de vida!
E o ESG no turismo?
Reflitam comigo se tudo isso, que significa a modernidade dos negócios, não está intimamente ligado e de certa forma já desenha um retrato fidedigno de como devem ser as ofertas de produtos e serviços do mercado turístico!
Eu, como geógrafo e como militante do setor de geração de negócios baseados nas práticas culturais e turísticas não perdi mais tempo e fui buscar conhecimentos, para que minha performance no mercado brasileiro seja capaz de perceber e aguçar a habilidade dos empreendedores do turismo em desenvolverem e implementarem em seus negócios práticas que alinhem lucro, propósito e transparência.
Já adianto, que não é uma tarefa fácil, até porque, entender o ESG, como sigla e como esta se reflete na eficiência comercial dos empreendimentos, não é nada fácil!
E por mais que isto já venha sendo implantado por mais de dez anos mundo afora, no Brasil ainda estamos engatinhando nos estudos para entendermos as formas ideais e práticas nas frentes mais diversificadas do universo comercial.
Sinceramente, fico tentando inovar, pensando em formas de aplicação do ESG nos negócios do turismo. Em muitas frentes isso é possível e mais tangível, mas em outros tantos, é inevitável pensarmos por exemplo, em combinações, que alinhem consultorias, oferta de serviços e outras frentes, alinhadas às plataformas tecnológicas que facilitem a construção de metodologias modernas, eficientes e o alinhamento dos negócios às exigências legais que se enquadrem principalmente nas exigências regulatórias, garantindo qualidade, eficiência comercial, segurança, conforto e qualidade de vida para a clientela. Além disso, ainda direcionar o negócio em questão para a oferta com as melhores práticas do mercado naqueles determinados nichos da cadeia produtiva do turismo.
Como todo negócio, a oferta de serviços da cadeia produtiva do turismo, carece de práticas eficientes, ofertas de qualidade e absorção do maior percentual possível da demanda gerada, até porque, sem uma performance convincente, a atração de investidores, de parceiros, de fornecedores e claro, de clientes, pode ficar bastante comprometida.
Não nego, isso será um baita desafio, mas coragem, já passou da hora de seu negócio se adaptar a esta nova realidade.
É pesado começar um parágrafo de incentivo, com esta afirmação, mas nos negócios de turismo, com raras e honrosas exceções, já estamos no mínimo 20 anos de atraso no que diz respeito a garantirmos mais atenção à nova ordem mundial.
Isso passa por assimilarmos e entendermos como e em quais os objetivos de desenvolvimento sustentável propostos com a agenda 2030, o nosso negócio contribui!
Estamos socialmente ligados a estes novos comportamentos?
Se não estamos, é bom pensarmos sobre isso, porque é esta atenção, que nos garantirá uma melhor performance no mercado, que nos oferecerá os “diferenciais”, que agregarão valor à nossa tabela de preços dos serviços que oferecemos.
Ouso sugerir alguns passos para que seu negócio comece a se aproximar das práticas ESG.
Pense na estruturação e no aprimoramento da atuação de sua empresa. Pense em elaborar um programa de sustentabilidade. Busque uma parceria que te oriente sobre um diagnóstico ESG, que norteará, ainda que modestamente, a inserção das práticas ESG no seu negócio, te alertará para a importância de visar o engajamento de seus stakeholders, te mostrará a importância de se elaborar uma matriz de materialidade (sobre isso falaremos em outra postagem) e lógico, elaborar um bom plano de ação. Este último, para o seu sossego.
Não acabaram as sugestões. Tenho aprendido que não se estabelece no mercado quem não define o mapa de riscos do seu negócio, principalmente os chamados riscos ESG. Rapidamente você verá, que o mapa de risco deverá estar muito bem alinhado com a sua matriz de materialidade!
A importância de uma boa governança
Por fim, tenha uma boa governança! Se não entende muito bem o que é isso, busque uma consultoria ou procure informações sobre isso, mas a boa governança fará o seu negócio figurar no mercado de forma mais bem posicionada, te orientará sobre os preceitos do compliance e isso levará o seu negócio a uma melhor performance comercial.
Hoje em dia, os negócios do turismo precisam estar atentos ou estabelecer programas de sustentabilidade e estes programas deverão estar adequados à sua governança.
Por fim, lembre que uma boa governança se dá com bons profissionais, com áreas e comitês bem pensados e suas políticas e orientações de condutas muito bem estabelecidas.
Como disse, essa ousadia dos parágrafos acima é só uma opinião de um estudante entusiasmado. Mas te garanto que se o setor de serviços turísticos levar o ESG à sério, teremos marcas corporativas mais fortalecidas e com um maior valor de mercado.
LEIA TAMBÉM: Pessoas: conexões, inteligência e desenvolvimento
Teremos negócios no turismo como referência regional e até nacional e isso proporciona o fortalecimento do propósito social, especialmente se seu negócio favorecer o alinhamento de seus valores com a sociedade e com seus clientes. Com certeza você terá um negócio mais atrativo no mercado e te favorecerá na visibilidade para potenciais investidores.
Vale a pena investir em ESG no turismo
Fique atento, porque praticando ESG, se levarmos em conta o perfil do consumidor do século 21, podemos garantir o aumento de receitas para o nosso negócio e se comportarmos bem, corremos o risco até de termos uma surpresa com a redução dos custos de sua operação!
Sim, não é fácil. Exigirá disciplina e muita determinação, mas como estudioso do tema, penso que o ESG é um caminho sem volta e como tudo nessa vida, mais dia menos dia, acabamos nos adaptando a essa nova realidade.
Por aqui, continuo nos meus estudos e correndo atrás de finalizar mais este MBA em ESG, para enriquecer meu currículo profissional. Por aí, te deixo com a famosa “pulga atrás da orelha” para entender o quanto antes, o que é o ESG afinal.
Mas uma coisa te garanto, se você empreende no turismo, não perca mais tempo! Comece logo a adequação do seu negócio ao universo ESG. Vale a pena e te fará um cidadão mais participativo e sustentável!
Bom trabalho!
** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.