Multipropriedade: nova tendência do ramo imobiliário hoteleiro

Após todas as modernizações da legislação e regulamentações do mercado imobiliário ocorridas no Brasil nos últimos anos, finalmente trouxemos este modelo consagrado em outros países ao Brasil. A Multipropriedade é uma forma de investimento imobiliário atrelado a hotelaria embora seu conceito principal seja o de “segunda moradia” para seus compradores. Essencialmente o sucesso futuro desta diversificação de negócio depende muito de fatores específicos presentes em cada projeto.

Segundo os dados publicados na 7ª edição do estudo “Cenário do Desenvolvimento de Multipropriedades no Brasil – 2022” o segmento de multipropriedades deve atingir um VGV (Valor Geral de Vendas) de R$ 40,7 bilhões este ano no país. Em 2022, foi apurado o montante de R$ 35,3 bilhões em empreendimentos fracionados em construção ou já em operação. Com um claro viés de crescimento nos próximos anos, os imóveis compartilhados começaram a receber um olhar diferente do ponto de vista estratégico por parte de investidores sejam eles pessoas físicas, jurídicas ou fundos de investimentos.

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Como cada proprietário adquire cotas ou frações, todas com suas devidas escrituras lavradas em seu nome, garantindo portanto a liquidez do ativo como patrimônio, este investimento em imóveis em regiões, em especial turísticas de lazer, torna-se mais acessível atingindo um público comprador muito mais amplo já que ele adquire uma fração e não toda a propriedade. Sempre com a prerrogativa do proprietário poder alugar ou ceder seu imóvel para terceiros em parte ou no total de seu período de uso. A atratividade dos produtos negociados neste segmento está relacionada à categorização das respectivas propriedades. Ou seja, à sua localização, qualidade de construção e da administração. Atualmente existem 3 modalidades de negócio existentes para a imóveis com propriedade compartilhada (“fractional”).

Acionária ou societária

O modelo acionário ou societário tem o objetivo de constituir uma sociedade, que será proprietária do bem, na qual emitirá ações ordinárias para aqueles que ficarão no poder da gestão social, assim como emitirá ações preferenciais que serão comercializadas com os futuros sócios-multiproprietários que terão direito de uso do bem, cada qual no seu intervalo de tempo previamente estabelecido e de maneira exclusiva. Essa modalidade, além de conferir o direito de uso habitacional, transforma o adquirente em investidor, podendo comercializar suas ações ou cotas a terceiros posteriormente.

Imobiliária ou complexo de lazer

Submete os multiproprietários as regras do condomínio em que cada um obtém uma cota-parte referente ao bem imóvel com a possibilidade de usufruir das edificações, áreas de lazer comum e serviços de apoio, como restaurantes, espaços de eventos, áreas locáveis etc. conferindo aos multiproprietários o direito de utilizar do imóvel no período contratado de maneira perpétua. Essa é a modalidade mais usual hoje no mercado de imóveis compartilhados.

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Hoteleira

Tem o intuito de fomentar o setor de turismo, com destaque para hotéis turísticos de lazer ou eventualmente corporativos, comercializando o direito de uso habitacional em unidades de tempo estimulando o investimento no setor trazendo maior rentabilidade e permitindo que os apartamentos sejam utilizados o ano todo. O segmento de hotelaria é a que mais tem contribuído para a disseminação desse modelo condominial. Dentro do setor hoteleiro existe ainda uma subdivisão em mais três modelos de multipropriedade: o fracionado, o condo-hotel, e o fracionado com opção de reversão em condo-hotel. Este modelo pode englobar o “Timeshare” (Tempo Compartilhado) também muito disseminado na hotelaria, caracterizado pela oferta dos serviços de compra antecipada de diárias de hospedagem, não constituindo neste caso em um investimento imobiliário.

 Fiquem atentos as novidades que chegam ao Brasil após consagradas em outros mercados!

Maarten Van Sluys (Consultor Estratégico em Hotelaria – MVS Consultoria)

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