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Fórum Internacional de Gastronomia de Belo Horizonte mostrou a importância de debater o setor
Último dia da Bienal da Gastronomia de Belo Horizonte foi repleto de palestras, debates e ações que valorizassem o setor.
Encerrando a Bienal de Gastronomia de Belo Horizonte, o Fórum Internacional de Gastronomia – FIG teve um dia repleto de atividades que valorizassem o setor como um todo, levantando a importância do debate, das discussões e da troca de conhecimento entre profissionais e entusiastas da gastronomia. O segundo e último dia do Fórum foi ainda mais intenso do que o primeiro, contando com uma programação muito rica, principalmente no Sesc Palladium, com ações no Grande Teatro e no Teatro do Bolso. Mas o evento contou também como uma ação no Mercado Novo.
Debates e Discussões
As ações que aconteceram no Sesc Palladium, tanto no Grande Teatro quanto no Teatro de Bolso, eram voltadas a palestras que culminaram em debates e discussões mais críticas em relação a gastronomia, levantando temas importantes e pertinentes para o setor.
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Dessa forma, a gastronomia foi apresentada de diversas maneiras. Desde o modo de ser trabalhada na integração com outros setores, da necessidade de abrir seus olhos para a inovação e conseguir trabalhar com esses avanços sem perder a essência humana por trás das cozinhas; a sua função social como forma de inclusão, principalmente de pessoas em situação vulnerável e de mudar realidades de pessoas, comunidades e localidades.
As palestras atenderam tanto ao público técnico quanto ao público final, com aprofundamentos necessários mas sem deixar de se fazer entender pela complexidade. Foram momentos de aprendizado compartilhado, que trouxeram a necessidade do alinhamento de quem está dentro da cozinha com quem está fora esperando pelo seu prato. Levantando para os profissionais a necessidade de aprender a educar o público para consumir de forma mais consciente, fazendo com que esses passem a compreender os processos que acontecem em um empreendimento gastronômico e o valor por trás de cada prato.
Além disso, foram reforçados conceitos como a tradição nas cozinhas, demonstrando a importância de reconhecer a ancestralidade e de se aprender a valorizar os processos e estudos que transformam o alimento em um prato pronto. Ainda nessa temática, focou-se também na tradicional cozinha mineira, que sabe valorizar suas raízes e se adaptar ao novo sem perder sua essência.
Saboreando o Amanhã
A ação Saboreando o Amanhã aconteceu no Mercado Novo, no Cozinha Tupis, das 12h às 13h30. O projeto apresentou um prato típico de Mérida, Cidade do México, interpretado pela chef Mariana Gontijo. A atividade faz parte das ações de intercâmbio entre as cidades da Rede da Unesco no campo da Gastronomia e promove o debate sobre as mudanças climáticas no planeta. A ação é inspirada no estudo do filósofo Jonathon Keats, que a partir de uma equação estruturada conseguiu comprovar que o clima da capital mineira daqui a 50 anos será similar ao da cidade mexicana, demonstrando a possível produção alimentar no município com as condições climáticas de Mérida.
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Em 2022, Belo Horizonte realizou a mesma ação com a cidade mexicana, enviando uma receita de um prato característico da capital mineira que foi interpretado por chefs de Mérida no festival gastronômico Pueblos de Maíz Fiesta. A iniciativa fez parte de uma ação de intercâmbio entre as cidades criativas da gastronomia.
Durante a ação, Eduardo Seijo, Coordenador Mundial das Cidades Criativas da Gastronomia e morador de Mérida, contou um pouco sobre a história e a elaboração do prato, conhecido como Cochonita Pibil ou Cochonita enterrada (leitão enterrado). O prato é histórico, consumido pelo Povo Maia muito antes da chegada dos europeus ao México e recebe esse nome por se tratar de um pequeno porco ou leitão assado em fornos na terra, que são tapados e que demoram horas para ficar pronto. É um alimento consumido aos finais de semana, por toda população e de todas as condições sociais.
** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.