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Economia, cultura e turismo

Entenda como a cultura abastece a oferta turística e a importância desse movimento na economia.

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Carnaval na Sapucai, Rio de Janeiro/ RJ (Foto: erudnitzki/ flickr)

É inegável, que boa parte das motivações de fluxo para o turismo, especialmente em Minas Gerais acontece por alguma prática ou alguma das ricas e genuínas manifestações culturais afetas aos mineiros e principalmente às suas tradições.

Na maioria das vezes, saímos de casa motivados por eventos, festivais gastronômicos, programações culturais e mais atividades, que estejam vinculadas a alguma região turística, a algum centro receptivo ou a algum atrativo natural, histórico e até mesmo no segmento de aventura!

Quando isso se dá, é natural planejarmos o “rolê” e quanto ele nos custará. Melhor ainda se estivermos preparados e programados para aproveitar ao máximo o que a oferta cultural e turística nos proporcionar.

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Por isso, fica evidente, que de fato existe uma proximidade entre os setores da cultura e do turismo, ambos estão intimamente ligados à geração de negócios, portanto renda, geração de empregos temporários ou não e movimentam cadeias produtivas estejam elas na economia formal ou na informal.

Economia da Cultura

Pensando na economia da cultura por exemplo, perceberemos, que este é o ramo da economia, que estuda a relação entre a produção cultural e os fenômenos econômicos. Neste contexto, a “Cultura” é definida como as crenças compartilhadas e preferências de grupos diversos.

Questões programáticas incluem, se e, como uma oferta maior da produção cultural, pode ser importante para melhores resultados econômicos e qual sua relação com as instituições. Cultura aqui, portanto, é entendida como arte, que serve de parâmetro para a definição de setores culturais e os setores culturais, são aqueles que geram bens e serviços em cujo centro se encontra a produção artística.  

Estes, englobariam atividades de duas naturezas, os trabalhos de arte, que se caracterizam por seu consumo imediato e por não terem o objetivo de reprodução em série, por exemplo, artes plásticas, exposições, monumentos, espetáculos e a produção industrial em maior escala, de bens como livros, CDs, DVDs etc., produtos de artes como a literatura, a música e o cinema.

A Economia da Cultura é um tema que o Brasil demorou para assimilar

Um dos motivos que podem explicar uma certa demora na compreensão sobre a economia da cultura, é um certo conservadorismo percebido nos economistas brasileiros. Apesar de ainda caminhar a passos lentos, este ramo da economia foi um dos que mais evoluíram nos últimos anos no país, e a economia da cultura tem hoje, um papel importante para o desenvolvimento de ações mais sustentáveis no cenário cultural brasileiro. 

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Este é um momento bom, visto que o Ministério da Cultura articula iniciativas e recursos para grandes investimentos gerando impactos positivos da cadeia produtiva da cultura nacional, os R$3,8 bilhões de recursos da Lei Paulo Gustavo, que serão injetados em todo o Brasil, são a prova desse movimento.

A demora pela valorização da economia da cultura no país tem dois motivos evidentes, o já citado conservadorismo dos economistas e da própria ciência econômica, o que implica em dificuldades para reconhecer um novo campo de estudo e o fato de que as práticas culturais são elementos de difícil absorção, o que evidencia a dificuldade em se posicionar com disciplina para estudá-las e compreendê-las.

Na prática, antes de formalizar a economia na Cultura, é necessário decifrar o que é economia da cultura e até mesmo o que é a economia!

A economia, é a ciência que estuda a melhor alocação de recursos escassos em um ambiente de necessidades ilimitadas. A Economia estuda o bem-estar e isso é muito amplo.

Percebendo a economia como a ciência que estuda o bem-estar individual e os caminhos para atingi-lo, construímos espaço para entender a economia da cultura não só como o estudo e organização da produção de bens culturais e seus efeitos multiplicadores, emprego e renda, como também o estudo da formação de valor individual e social e nisso entra formação de hábitos de consumo, identidade, valor cultural, bens públicos, etc.

É aí que começa a verdadeira economia da cultura, com reflexos claros e muito importantes na economia do turismo.

É fato também, que se pode considerar a abordagem mais rigorosa, que leva em conta as coisas como elas são e a abordagem contrária aos padrões conservadores, que leva em conta como as coisas poderiam ser.

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Por um lado, o espaço para pensar em coisas para além dos efeitos multiplicadores é muito pequeno, por outro, há espaço para incorporar outros elementos tais como melhores formas de distribuição de produtos, de valores e evidenciar processos de desenvolvimento de forma mais ampla.

Democratização da cultura no Brasil

Em uma reflexão mais aprofundada, é primordial que se dê condições para o acesso da população a bens disponíveis e que esta população esteja apta a entender e escolher qual o tipo de produto ela queira consumir e poder pagar por esse consumo.

Isso é uma forma boa para se trabalhar a democratização da produção cultural no Brasil.

A economia na cultura necessita de rumos, sensatez e devemos entender como se dá a sua aplicação. Por um lado, os recursos públicos de incentivo ainda são bem escassos e por isso, urge que sejam pensados mecanismos de fomento e que ofereçam resultados eficientes. Com instrumentos de gestão também eficientes, fica mais fácil compreendermos a realidade sobre a qual se opera nos setores cultural, social e até turístico. 

Não basta produzir ações culturais, é importantíssimo mensuramos os efeitos econômicos, números e dados quantitativos, que são gerados pela movimentação do público consumidor sobre a cadeia produtiva que se movimenta à cada ação.

Afinal, é esse conhecimento, que promoveria a aproximação em maior volume, de investidores internos e até externos, bem como investidores privados, além de contarmos com os mecanismos de financiamento públicos já existentes.

Com tudo isso organizado, teremos uma estrada bem pavimentada para a sustentabilidade do setor cultural, que tem boas chances de se ver cada vez mais, disponível para o consumo.

O fato inovador é que de forma bem gerida e organizada, com dados corretos em mãos, conseguiremos um ambiente positivo para análises das vantagens e riscos dos períodos trabalhados, suas nuances, acertos e erros. É fundamental conhecermos a realidade e os resultados.

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É com o tempo, que a economia da cultura do Brasil vai começar a mostrar, por meio de resultados, como ela é fundamental para que todos os brasileiros tenham acesso real à cultura. Um dos maiores aliados a esta questão é a tecnologia disponível e hoje ao alcance da maior parte da população.

A importância da produção cultural na oferta turística

A economia abre espaço para o processo criativo nos arranjos da cultura e do turismo criativos e se observarmos e entendermos alguns fenômenos brasileiros, como o Carnaval por exemplo, teremos números e formas de entender facilmente, que este é um produto para o mercado nacional e internacional e é um dos principais impulsionadores da indústria criativa no país.

Você, consumidor, já parou para pensar sobre quantas oportunidades são geradas, quantos empregos diretos e indiretos são oferecidos, sobre a infinidade de produtos que são comercializados de forma geral para abastecer a esta grande festa e principalmente sobre os impactos econômicos diretos são gerados pelo evento??

Pois é, produção cultural, de qualquer natureza, é coisa séria! É ela que abastece a oferta turística, que amplia ainda mais oportunidades e que movimenta uma outra cadeia produtiva de serviços, que ampara, mata fome, veste e sustenta boa parte das famílias brasileiras!

Por isso, valorize, prestigie e consuma cada vez mais a produção cultural brasileira.

Fica a dica!

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** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.