Turismo de experiência: uma oportunidade de negócio

Quem não gosta de viajar, se divertir, descansar e voltar revigorado para a rotina? Com o passar do tempo, no entanto, o conceito de aproveitar uma viagem foi se aprofundando. Atualmente, especialmente pela tecnologia e pelo acesso a informações, simplesmente conhecer um lugar não é mais o suficiente. Também é preciso experimentar as muitas sensações que o destino tem a oferecer.

Assim, saber o básico, visitar pontos turísticos tradicionais, fazer os mesmos roteiros que todos os demais visitantes, tudo isso está ficando para trás. O relevante – agora – são as vivências exclusivas, interações que vão criar recordações melhores do que qualquer foto para as redes sociais. Dessa forma, percebendo essa tendência, empreendedores do setor têm apostado, cada vez mais, no conceito de turismo de experiência.

Todavia, o turismo de experiência não se limita a roteiros batidos e ambientes que pareçam descolados da realidade do destino escolhido para a viagem. Muito pelo contrário. O que vale nessa modalidade são as percepções individuais bem como a necessidade de construir recordações únicas e carregá-las na volta para o dia a dia.

LEIA TAMBÉM: Tendências para o turismo: uma imersão na nova era das viagens

Um exemplo de turismo de experiência

Diamantina, no Vale do Jequitinhonha, é um exemplo de como o turismo de experiência vem mobilizando um destino. O município foi o primeiro no estado a participar do programa “Check in Minas Itinerante”, iniciativa do Sebrae Minas que busca a diversificação da oferta turística de destinos consolidados por meio do desenvolvimento de pequenos negócios mineiros.

O projeto convidou influenciadores digitais que abordam assuntos como viagens, música e gastronomia a experimentar vivências especiais baseadas em características da região. Degustações de queijos e cervejas artesanais, visita a uma vinícola, um jantar com ingredientes dos quintais da cidade, e uma apresentação musical em um caminho ancestral são algumas das atividades que destacam a cultura, a beleza e o desenvolvimento do turismo de experiência no município.

LEIA TAMBÉM: Projetos de inovação: a tecnologia potencializando a experiência turística

Não é a toa que o turismo de experiência supera o conceito de simplesmente oferecer uma refeição ou levar turistas para passeios padronizados. Dessa maneira, a intenção é envolver viajantes em interações diferenciadas, vivências marcantes que duram para sempre.

Para o turismo de experiência, os cinco sentidos – visão, audição, tato, olfato e paladar – são mais do que instintos básicos do ser humano. Eles também podem ser usados para guiar as vivências que vão compor a viagem.

Pensando nos sentidos, empreendedoras e empreendedores do setor podem planejar experiências nada habituais. São inúmeras as possibilidades que se apresentam quando se desperta tal sensibilidade e nem todas precisam ser super elaboradas. É possível ser criativo valorizando o que há de mais simples em uma região, o que é mais autêntico!

Como desenvolver uma experiência turística

Mas, atenção: para estabelecer a conexão entre atividade e turista, é preciso que todo o projeto valorize características genuínas, que, por sua vez, vão gerar experiências únicas.

Forjar hábitos, aparências ou sensações pode ter um efeito inverso ao esperado. Por tudo isso, o que se coloca como fundamental para criação de um projeto de turismo de experiência é a valorização da cultura e comunidade locais.

Respeito ao meio ambiente e a incorporação de práticas sustentáveis, que mantenham regiões e ecossistemas intactos, são outros fatores importantes.

Mais do que surfar a onda de uma tendência de mercado, é preciso cercar-se de todos os cuidados para fazer do turismo de experiência uma empreitada de sucesso.

Antes de tudo, aprofunde o conhecimento sobre o conceito de turismo de experiência, saiba diferenciá-lo do turismo tradicional e procure entender mais sobre o poder dos sentidos e sentimentos na jornada que vai ser oferecida.

LEIA TAMBÉM: Turismo e inovação: Para começar, um dedo de prosa

Comunicação, identidade visual, pessoas, lugares e parcerias são ferramentas que podem e devem ser exploradas para transformar uma ideia em um negócio de sucesso. Fazer uma pesquisa aprofundada dos aspectos locais que têm apelo emocional é outra dica. Resumindo: busque histórias, culturas, folclores, símbolos, tudo aquilo que possa despertar no turista a sensação de experiência única.

Plano de negócios e a experiência turística

O seu plano de negócios deve deixar claro qual o tipo de experiência será proporcionada aos clientes e, mais do que isso, se os elementos locais disponíveis estão alinhados ao projeto.

E, nesse sentido, aqui vai outra dica importante: nunca deixe de levar em conta todos os aspectos de segurança que a experiência demanda. Negligenciar essa questão e colocar os clientes em risco pode comprometer a vivência e ninguém quer levar lembranças ruins na bagagem.

Planejamento e ações que visam proporcionar a melhor experiência de viagem também devem considerar o conhecimento sobre os clientes. Por isso, ouça-os, descubra o que eles esperam encontrar, a jornada que fizeram para chegar até ali. Uma boa forma de conhecer o público é disponibilizar formulários de avaliação sobre os serviços prestados. Assim, vai ser possível melhorar as estratégias com o passar do tempo.

Depois da implementação, monitorar as avaliações deve ser um hábito. Além disso, observar a interação dos clientes com os serviços proporcionados é uma atitude que enriquece o processo.

Portanto, conhecimento, preparação e cuidado nunca serão demais e vão garantir que o cliente volte para casa encantado e carregando memórias únicas para sempre.

VEJA TAMBÉM: Leônidas Oliveira: “Ninguém faz nada sozinho”, garante o Secretário de Cultura e Turismo de Minas

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.